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Rússia "desapontada" com EUA antes das conversas em Genebra

DW (Deutsche Welle) | AFP | Reuters | Interfax | Lusa
10 de janeiro de 2022

Rússia não se mostra otimista com as conversas com os EUA sobre a Ucrânia, que começam esta segunda-feira. Ministro russo diz que seria "ingénuo" pensar em "progressos".

Foto: Denis Balibouse/KEYSTONE/REUTERS/picture alliance

Começaram esta segunda-feira (10.01) as conversações entre a Rússia e os Estados Unidos, em Genebra. Em cima da mesa está o crescente amontoar de tropas russas na fronteira ucraniana.

Mas, segundo Sergei Ryabkov, ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da Rússia, não são expectáveis progressos, "quanto mais progressos rápidos".

O Kremlin fez várias exigências quanto à relação da Ucrânia com a NATO e a expansão da organização na Europa de Leste. Em resposta, Washington afirmou que muitas destas exigências não servem sequer para começar o diálogo.

No domingo (09.01), a Rússia reduziu qualquer otimismo existente acerca da resolução da situação.

"Não concordaremos com qualquer concessão. Isso está fora de questão", afirmou Ryabkov. "Estamos desapontados com as impressões transmitidas por Washington, mas também por Bruxelas".

Secretário de Estado norte-americano, Antony BlinkenFoto: Andrew Harnik/REUTERS

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse à cadeia televisiva CNN que acha que não haverá "nenhum avanço durante as próximas semanas".

Para que servem as conversas?

O objetivo das conversas em Genebra é aliviar as tensões na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. O amontoar de tropas russas na fronteira está a gerar preocupações de uma invasão militar do país.

O Kremlin está a tentar obter garantias de que a Ucrânia nunca se irá juntar à NATO, uma aliança criada durante a Guerra Fria para atuar contra a influência da União Soviética na Europa de Leste.

Apesar de não haver um processo para tornar a Ucrânia num Estado-membro da aliança, os EUA e a NATO rejeitaram quaisquer tentativas russas de ditar a política externa da Ucrânia.

Sergei Ryabkov, ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da RússiaFoto: Maxim Shemetov/REUTERS

Consequências para a Rússia

No domingo passado, Blinken explicou as escolhas que a Rússia pode fazer.

"Há um caminho de diálogo e diplomacia que visa resolver estas discórdias e evitar confrontos", explicou na CNN.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, teve duas conversas por telefone com o Presidente russo, Vladimir Putin, nas últimas semanas.

Biden avisou o seu homólogo russo acerca das consequências que podem advir, caso Moscovo decida voltar a invadir a Ucrânia, como fez em 2014 quando anexou a península da Crimeia.

As possíveis respostas incluem mais sanções, o cancelamento do gasoduto Nord Stream 2, no mar Báltico, ou mesmo excluir a Rússia do sistema financeiro mundial.

Esta segunda-feira (10.01), o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, voltou a alertar a Rússia para o "elevado preço político e económico" de uma eventual "nova agressão à Ucrânia".

Os EUA estarão a considerar enviar mais tropas para os antigos estados da União Soviética que já se juntaram à NATO, noticia a agência AFP.

Moscovo aumenta a pressão sobre Kiev desde a revolução em 2014, que derrubou uma administração que mantinha boas relações com a Rússia. Acredita-se que, desde então, tropas russas tenham apoiado separatistas russos no leste do país.

"Putin e Biden concordaram em discordar"

05:21

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