Medida é resposta à expulsão de 150 diplomatas russos ordenada por países como Alemanha, França, Itália e EUA. Nações expressaram solidariedade com Reino Unido no caso de envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal.
Publicidade
O governo russo anunciou esta sexta-feira (30.03) a expulsão de diplomatas de mais de 20 países que expressaram apoio ao Reino Unido no caso do envenenamento do antigo espião russo Sergei Skripal e da sua filha Yulia em solo britânico. Entre os embaixadores, a maioria é de países da União Europeia (UE).
O Ministério dos Negócios Estrangeiro da Rússia está a convocar os embaixadores dos países "que tomaram ações não amigáveis contra a Rússia 'em solidariedade' com o Reino Unido", diz uma nota emitido pelo Kremlin. "Os embaixadores vão receber notas de protesto e serão informados sobre as medidas recíprocas", acrescenta o comunicado.
Esta semana, mais de 20 países, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Ucrânia, e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ordenaram a saída de mais de 150 diplomatas russos de seus territórios. Em resposta, a Rússia se reservou o direito de tomar medidas similares.
Entre os diplomatas expulsos pelo governo russo, estão quatro alemães e dois espanhóis. Diplomatas da França, Itália, Polônia, Letónia, Lituânia, Eslováquia, Croácia e República Checa também foram convocados.
"Em primeiro lugar, manter boas relações com a Rússia responde aos interesses da Alemanha. Seguimos abertos ao diálogo", disse o embaixador alemão, Rüdiger von Fritsch, ao sair da sede do ministério russo.
Guerra diplomática
O Kremlin garantiu que não foi a Rússia a iniciar uma guerra diplomática. Na segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram a expulsão de 60 diplomatas russos. Em troca, Moscovo também decidiu expulsar 60 diplomatas norte-americanos.
"A Rússia não desencadeou guerras diplomáticas, e o presidente (russo, Vladimir) Putin foi e é a favor de desenvolver boas relações com todos os países, inclusive com os Estados Unidos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov ao lamentar as ações de Washington. A Rússia "não começou trocas de sanções, de expulsões de diplomatas etc", acrescenou.
Para a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, a decisão não foi boa. "A Rússia tomou um caminho lamentável frente às nossas medidas perfeitamente justificadas", defendeu. Peskov expressou desacordo com este ponto de vista e ressaltou que "a Rússia foi obrigada a adotar medidas de resposta".
Reino Unido lamenta
O Governo britânico considerou hoje que a decisão da Rússia de equiparar o número de diplomatas britânicos em Moscovo ao número dos russos expulsos de Londres "é lamentável", mas já era um desenvolvimento esperado. "No entanto, isto não muda os fatos em causa: a tentativa de homicídio de duas pessoas em solo britânico, para a qual não há uma conclusão alternativa que não seja a de que a Rússia era culpada", afirmou uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, citada pela agência de notícias Associated Press (AP).
"A Rússia está em flagrante violação da lei internacional e da Convenção sobre Armas Químicas e as ações dos países em todo o mundo demonstraram a profundidade das preocupações internacionais", vincou a responsável.
O ex-espião russo Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes a 4 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso. O ex-espião russo permanece hospitalizado em estado crítico, mas fontes oficiais indicaram esta quinta-feira que o estado de Yulia Skripal melhorou.
O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta alegação. Em 14 de março, Londres anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.
Mundial de futebol na Rússia 2018: os estádios
De 14 de junho a 15 de julho de 2018 tem lugar na Rússia o Mundial de Futebol. Fique agora a conhecer os 12 estádios em 11 cidades, incluindo Moscovo, São Petersburgo, Sochi e Kazan, que acolhem a "nata" do futebol.
Foto: Picture alliance/dpa/A. Lebevev/AP
Estádio Lujniki, Moscovo
As cerimónias de abertura e encerramento do Mundial 2018 terão lugar neste estádio, assim como uma das semi-finais. A casa da seleção nacional russa tem capacidade para 81 mil pessoas. O Estádio Lujniki, que foi remodelado para o Mundial de Futebol, já recebeu a final de uma Liga dos Campeões e foi palco dos Jogos Olímpicos de Verão.
Foto: picture-alliance/AP Images
Estádio de São Petersburgo
O recinto do Zenit de São Peterburgo acolhe 68 mil pessoas. Provavelmente estará com lotação esgotada quando receber uma das semi-finais e o jogo para o terceiro lugar. O estádio será também foco de atenções em partidas nas anteriores fases. A Taça das Confederações 2017 teve lugar também no Estádio de São Petersburgo.
Foto: Picture alliance/dpa/D. Lovetsky/AP
Arena Ecaterimburgo
Tem hoje um ar moderno, mas a Arena de Ecaterimburgo tem um longo passado. Construído em 1953, o estádio foi remodelado em 2018 a pensar no Campeonato do Mundo. Com capacidade para 35 mil pessoas, o estádio é a casa do FC Ural, da primeira divisão russa. Ecaterimburgo é a cidade mais a leste entre as anfitriãs do Mundial.
Foto: picture-alliance/Sputnik/V. Sergeev
Arena Rostov
Com capacidade para 45 mil espectadores, este foi um dos novos estádios construídos especificamente para o Campeonato do Mundo. Aqui vão jogar-se quatro partidas da fase de grupos e uma dos 16 avos de final. Depois do Mundial, a Arena Rostov continuará a ter vida: será a nova casa do FC Rostov.
Foto: picture-alliance/Sputnik/Ирина Белова
Arena Volgogrado
Este estádio foi construído no mesmo lugar do antigo Estádio Central de Volgogrado, próximo do rio Volga. Durante os jogos que irá acolher na fase de grupos, poderá receber 45 mil pessoas. Depois do Mundial da Rússia 2018, passará a ser o estádio do Rotor Volgogrado, atualmente na segunda divisão. A cidade de Volgogrado era conhecida como Estalinegrado.
Foto: picture-alliance/Sputnik/V. Sergeev
Estádio Níjni Novgorod
Também este estádio foi feito de raiz para o Mundial de Futebol. Vai receber jogos da fase de grupos, uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final. O Olimpiyets Níjni Novgorod, da segunda divisão russa, terá depois aqui o seu relvado principal. Mas as autoridades locais já anunciaram que o recinto, com 45 mil lugares sentados, poderá vir a ser utilizado para outros eventos.
Foto: picture-alliance/AP Images
Estádio de Kaliningrado
Este é o único recinto do Campeonato do Mundo localizado num exclave do território russo. Kaliningrado fica localizado num território entre a Polónia e a Lituânia. Foi concebido propositadamente para o Mundial para receber no máximo 35 mil pessoas, e depois deverá será reduzido para se tornar no lar do Baltika Kaliningrado, da segunda divisão.
Foto: picture-alliance/TASS/V. Nevar
Arena Mordóvia
O arquiteto alemão Tim Hupe projetou este novo estádio com 44 mil lugares que vai ser palco de encontros na fase de grupos. Depois do Mundial, o anel superior será desmantelado e o estádio vai ser entregue ao clube Mordóvia Saransk, da terceira divisão.
Foto: picture-alliance/TASS/S. Krasilnikov
Arena Samara
Este estádio, com capacidade para 44 mil lugares, foi construído para o Mundial de Futebol numa ilha a sul de Samara, onde não existia antes qualquer infraestrutura. É aqui que a seleção russa vai jogar o último desafio da fase de grupos. Uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final terão também lugar neste estádio, que será depois do Krylya Sovetov, equipa da segunda divisão.
Foto: picture-alliance/TASS/Y. Aleyev
Estádio Spartak
Apesar de ter sido palco da Taça das Confederações, o Estádio Spartak, com 45 mil lugares, é apenas utilizado em quatro jogos da fase de grupos e numa partida das eliminatórias. Reaberta em 2014, a arena é casa do Spartak Moscovo. Apesar de ser um dos clubes mais conhecidos da Rússia, o Spartak teve de esperar muitos anos para ter o seu próprio estádio.
Foto: Picture alliance/dpa/S. Suki/EPA
Arena Kazan
Um dos palcos da Taça das Confederações vai albergar partidas dos quartos de final, de 16 avos e quatro jogos da fase de grupos do Mundial 2018. O Presidente russo, Vladimir Putin, colocou a primeira pedra do estádio, inaugurado em 2013, que tem atualmente 41.585 lugares. É o recinto do Rubin Kazan.
Foto: Picture alliance/dpa/N. Alexandrov/AP
Estádio Olímpico de Fisht
Com capacidade para 41.220 pessoas, este estádio foi construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Uma parte do telhado foi removida a pensar no Mundial de Futebol, em 2018. A bola vai rolar neste relvado em quatro jogos da fase de grupos, um dos 16 avos e outro dos quartos de final.