Rússia promete ajudar África
11 de novembro de 2024"Quero confirmar que o nosso país vai continuar a oferecer um amplo apoio aos nossos amigos africanos nas mais diversas esferas para garantir o seu desenvolvimento estável, a luta contra o terrorismo e o extremismo, o combate às epidemias, a solução para os problemas alimentares e a superação dos desastres naturais", disse o Presidente russo Vladimir Putin no encerramento da primeira conferência ministerial da associação Rússia-África na estância balnear de Socchi.
Na mensagem lida pelo ministro dosNegócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, o chefe de Estado russo acrescentou que "os países de África gozam de um crescente prestígio na cena internacional"
"Graças à sua política externa construtiva e pacífica, têm um papel cada vez mais importante nas soluções para os problemas mais importantes na agenda internacional", afirmou.
A reuniãodecorreu no fim de seman, às vésperas do arranque da COP 29, no Azerbaijão e juntou dezenas de líderes políticos e empresariais africanos e russos que, segundo as agências internacionais de notícias, debateram os principais temas internacionais e segue-se à cimeira Rússia-África, no verão, onde o Presidente russo acolheu diversos líderes africanos e prometeu aprofundar os laços políticos e empresariais.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, explica que a conferência Rússia-África vai continuar com mais reuniões regulares nos próximos meses. Para ela, o encontro "arrasou com as esperanças sujas" de isolamento da Rússia e demonstrou a "multipolaridade" das relações internacionais.
A Rússia, afirmou, defende "uma reforma financeira que responde às aspirações e prioridades dos Estados da maioria do mundo e a voz de África deve ser mais escutada nos espaços internacionais económicos e financeiros", a começar pelo Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, que foram acusados de não dar a estes países o apoio necessário.
"Os países mais necessitados de África não recebem o apoio financeiro necessário do FMI e do Banco Mundial", já que os recursos estão a ser desviados para ajudar a Ucrânia, defendeu a porta-voz do Kremlin.
"Podem inventar todo o tipo de desculpas e histórias, mas nós sabemos a verdade e dizemo-la sem rodeios; tudo isto acontece porque desviam o grosso dos recursos para apoiar o regime de Kiev, dito diretamente, para apoiar a guerra", afirmou.
Estas instituições financeiras internacionais, concluiu, são as principais executantes "das políticas neocolonialistas do Ocidente em África".
O encontro ministerial deste fim de semana serviu para Moscovo tentar restabelecer os antigos laços soviéticos com os países africanos para ganhar influência no continente, apresentando-se como uma alternativa entre as antigas potências coloniais, os Estados Unidos e a China.