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Tecnologia

Rússia restabelece contacto com satélite angolano

Lusa
29 de dezembro de 2017

A Rússia já restabeleceu contacto com o primeiro satélite de telecomunicações angolano Angosat, depois de a ligação ter sido perdida na quarta-feira. Melhorar os serviços de rádio e televisão em África é uma das metas.

Cosmódromo de Baikunur, no CazaquistãoFoto: picture-alliance/dpa/G. Sisoev

"Os especialistas da Energia RSC receberam os dados da telemetria do Angosat. Eles mostram que os parâmetros dos sistemas de bordo do aparelho estão normais", anunciou em comunicado a empresa espacial russa responsável pela construção do dispositivo.

O satélite, que teve um custo estimado em 280 milhões de dólares (233,6 milhões de euros), foi lançado com sucesso na terça-feira (26.12) no Cosmódromo de Baikunur, no Cazaquistão. 

Os especialistas russos tinham perdido contacto com o satélite depois de entrar em órbita, aumentando os temores de outro revés para este setor estratégico, um mês depois da perda de outro dispositivo.

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Angola e a Rússia acordaram em 2009 lançar o Angosat-1, cuja missão de 15 anos é melhorar as comunicações por satélite, o acesso à internet e os serviços de rádio e televisão em África.

Cerca de 50 engenheiros angolanos receberam formação, nomeadamente no Brasil, China e Japão. 

A Rússia deve supervisionar o funcionamento do satélite a partir de um centro de controlo construído perto de Luanda. O restabelecimento do contacto com o satélite angolano é uma boa notícia para o setor espacial russo, que tem viveu vários reveses em 2015 e 2016 e baseia-se fortemente em mercados emergentes, já que propõe acesso barato ao espaço.

Angosat em órbita

"As nossas equipas angolanas e russas que estão envolvidas no processo estão a trabalhar arduamente e é com alguma satisfação que anunciamos que o satélite voltou a estar em comunicação com a estação de Baikonur", disse quinta-feira (28.12) secretário de Estado para as Tecnologias de Informação de Angola, Manuel Homem. O governante angolano admitiu que houve "um problema de comunicação, que ocorreu durante o processo de abertura dos painéis em órbita", mas "o que de facto interessava informar é que o Angosat está em órbita".

De acordo com Manuel Homem, os técnicos continuam a trabalhar para identificar que razões levaram a essa interrupção das comunicações, apesar de esta ser "uma situação que se prevê não voltar a acontecer".

O aparelho, construído por um consórcio estatal russo, foi lançado com recurso ao foguete ucraniano Zenit-3SLB, envolvendo ainda a Roscosmo, empresa espacial estatal da Rússia, e estava em período de teste até março, aproximadamente.

Na semana passada, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, disse que comercialmente 40 por cento da capacidade do satélite já estava reservado e que o Estado angolano estima a recuperação do investimento em pelo menos dois anos.

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