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Rússia envia mais instrutores militares ao Burkina Faso

Lusa
5 de junho de 2024

A Rússia vai enviar mais instrutores militares para o Burkina Faso, anunciou hoje o ministro Sergey Lavrov durante visita oficial. O objetivo é ajudar na formação de soldados burquinenses e combater o terrorismo.

PR Putin e PR do Burkina Faso
O Brukina Faso, juntamente com o Mali e o Níger, aproximou-se da Rússia e cortou os laços militares com a França,Foto: Alexander Ryumin/dpa/Tass/picture alliance

A Rússia vai enviar mais instrutores militares para o Burkina Faso para ajudar a formar os soldados burquinenses, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, durante a sua visita oficial ao país africano.

"Vamos aumentar o número de instrutores que trabalham aqui e ajudar a formar os vossos especialistas", declarou Lavrov numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo burquinense, Jean-Marie Traoré, na capital, Ouagadougou.

O ministro russo sublinhou o compromisso da Rússia para com o Burkina Faso a nível militar e técnico, especialmente na luta contra os grupos terroristas, que, garantiu, "serão eliminados" graças ao apoio russo.

Lavrov sublinhou a boa harmonia entre os dois países desde a chegada ao poder do Presidente burquinense, o capitão Ibrahim Traoré, na sequência de um golpe de Estado em 30 de setembro de 2022.

Relações fortes

Desde então, registou-se um "impulso significativo nas relações entre os dois países", disse Lavrov, que foi recebido pelo próprio Traoré, que lhe entregou a medalha da Ordem de Étalon, a mais alta condecoração estatal.

"Com a chegada do Presidente Traoré, pudemos alargar o potencial de benefício mútuo e de cooperação equitativa em muitos domínios, como a economia, a esfera social, a saúde, a educação e as técnicas militares", indicou.

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De acordo com Lavrov, no seu encontro com o Presidente burquinense, este confirmou que houve "uma poderosa descolonização do continente africano no último século, mas na esfera económica as práticas coloniais e neocoloniais estão vivas e de boa saúde".

"As nossas parcerias com os países africanos nunca tiveram um caráter colonial (...). As nossas relações baseiam-se no interesse comum, na cooperação e na igualdade", afirmou.

Formação técnica

Por outro lado, declarou que a Rússia está disposta a ajudar na criação de uma indústria nuclear no Burkina Faso, para a qual poderá contribuir com "tecnologia, formação e tudo o que for necessário".

"Até há pouco tempo, a energia nuclear estava reservada apenas aos países europeus (...) A Rússia desempenhou um papel muito importante para acabar com isso e torná-la acessível também aos nossos países", declarou Traoré, que descreveu o desenvolvimento da energia nuclear como uma prioridade para o seu país.

Em outubro de 2023, os dois países assinaram um acordo para a construção de uma central nuclear no Burkina Faso.

Cooperação mútua

Naquela que foi a sua primeira visita ao país da África Ocidental durante um novo périplo africano, Lavrov disse ter encontrado "um povo que escolheu a liberdade e ser dono do seu destino".

O chefe da diplomacia russa encontrou-se na segunda-feira com o líder da junta militar da Guiné-Conacri, o coronel Mamadi Doumbouya, na terça-feira com o Presidente da República Popular do Congo, Denis Sassou-N'Guesso, e com o seu homólogo congolês, Jean-Claude Gakosso, concluindo a sua viagem no Chade.

 Nos países que visitou, Lavrov disponibilizou-se a reforçar a cooperação nos planos económico e comercial, mas sobretudo no militar, para "destruir" as "bolsas de terrorismo" jihadista no Sahel.

O Brukina Faso, juntamente com o Mali e o Níger, aproximou-se da Rússia e cortou os laços militares com a França, antiga potência colonial.

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