Rússia vai formar 70 jovens guineenses
5 de novembro de 2024De acordo com o ministro dos Recursos Naturais da Guiné-Bissau, a formação dos jovens guineenses estará a cargo da Rusal, a maior empresa estatal russa no domínio da produção do alumínio, e a segunda no mundo.
A Rusal é a empresa que detém atualmente a licença de prospecção e eventual exploração de bauxite de Boé, no leste da Guiné-Bissau, indicou Malam Sambu.
O Governo guineense acaba de assinar com a China um outro acordo de prospeção e exploração de bauxite também em Boé, mas noutra parte deste território da Guiné-Bissau. Estudos geológicos apontam que a Guiné-Bissau terá na localidade histórica de Boé - onde foi proclamada, de forma unilateral, a independência do país, em 1973, - mais de 113 milhões de toneladas de bauxite, a principal fonte natural de alumínio.
Projeto parado
Em 2007, o Governo guineense concedeu uma licença de exploração daquele minério à Bauxite Angola, uma empresa mista de direito angolano, que viria a interromper os trabalhos de prospeção, iniciados em abril de 2012, na sequência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau.
Por diversas vezes, desde então, a Bauxite Angola ensaiou o seu regresso, mas o projeto nunca mais avançou, até que em dezembro de 2022, o Governo guineense anunciou, em Conselho de Ministros, a rescisão de contrato ao abrigo do qual havia concedido licença de exploração àquela empresa.
Jovens formados
"A Rusal é que vai pagar toda a formação desses jovens que devem viajar para a Rússia antes do final deste mês", indicou Malam Sambu.
A empresa russa fez, no entanto, duas exigências ao Governo guineense, nomeadamente, que os formandos recebam os diplomas após os estudos em Bissau e que, antes da sua chegada ao país, sejam enquadrados no Ministério dos Recursos Naturais.
Malam Sambu sublinhou que "é a primeira vez que a Guiné-Bissau vai formar quadros" no domínio dos Recursos Naturais "em grande quantidade".
"Temos bons quadros nesse ramo, mas a sua grande maioria está já em idade avançada. O país precisa formar novos quadros", enfatizou.
O ministro assinalou ainda que a Rusal já está no terreno nos trabalhos de prospeção para reconfirmar os estudos geológicos realizados no passado.