Os retratos cobrem um longo período da história de África. Desde Dinknesh, a "Mãe da Humanidade”, também conhecida por Lucy, da atual Etiópia, aos lendários governantes da Idade Média, como o rei do Mali, Sunjata Keita, e às figuras-chave da luta pela independência dos países africanos, como Amílcar Cabral ou Patrice Lumumba.

Os webvídeos e os artigos online são ilustrados pela companhia nigeriana “Comic Republic” e publicados na página online e no Facebook da DW África, uma vez por semana. As diferentes páginas do Facebook das seis redações africanas da DW (português, inglês, amárico, hauçá, suaíli e francês) têm mais de quatro milhões de subscritores. O mesmo conteúdo será adaptado para as emissões de rádio nas mesmas línguas, chegando a quase 40 milhões de ouvintes africanos por semana.

De acordo com alguns leitores da DW, o discurso sobre a história africana é muitas vezes baseado unicamente na perspetiva das antigas potências coloniais. "Os jovens africanos não têm acesso fácil à documentação histórica", foi outro comentário recebido pela DW. O projeto “Raízes Africanas" pretende preencher esta lacuna.

Uma série de história de África para os jovens 

Todos os episódios foram elaborados com base em fontes africanas e desenvolvidos  em colaboração com historiadores do continente. “Raízes Africanas” tem como público-alvo os jovens de África, que compõem a grande maioria da população do continente.

Claus Stäcker, chefe do departamento de África da DW, afirma que "os assuntos relacionados com a história africana são muito procurados na nossa programação”. O mesmo responsável dá conta que “os jovens africanos lamentam o facto de muitas das suas aulas de história serem ensinadas e fortemente influenciadas pelo ponto de vista europeu e de aprenderem pouco sobre os heróis e heroínas do seu continente”.

Financiamento privado da série de história africana por uma fundação alemã

Michael Hanssler, presidente do conselho da Fundação Gerda Henkel, uma fundação privada alemã, explica que "a promoção de projetos de investigação em África que visem preservar as memórias escritas e orais é o cerne do trabalho da fundação". "A fundação quer apoiar a ideia central do projeto Raízes Africanas – dar a conhecer a história do continente africano ao público mais jovem, através de vozes africanas", afirma. 

A fundação foi uma iniciativa de Lisa Maskell (1914-1998) em honra da sua mãe Gerda Henkel (1888–1966). Gerda Henkel foi a filha do fabricante alemão Fritz Henkel que por sua vez fundou em 1876 a empresa de produtos de consumo "Henkel". A Fundação Gerda Henkel apoia financeiramente a DW para realizar o projeto "Raízes Africanas".