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Raila Odinga diz que oposição manterá protestos no Quénia

Reuters | AP
31 de outubro de 2017

Derrotado nas eleições presidenciais repetidas, o líder da oposição queniana, Raila Odinga, diz que resultado não pode ser mantido e que opositories vão exercer direito de manifestação.

Raila Odinga faz discurso a apoiantes em Nairobi Foto: picture-alliance/dpa/D. Bandic

Mais uma vez derrotado nas urnas, o líder da oposição no Quénia, Raila Odinga, que recusou a participar no pleito, declarou esta terça-feira (31.10) que a eleição presidencial de 26 de outubro foi ilegítima. O Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, foi reeleito com 98% dos votos numa eleição amplamente boicotada pela oposição. 

"Se essas eleições forem mantidas, o mais alto comando do país será ocupado por uma pessoa que usurpou o poder. Nós da NASA, a aliança da oposição, estamos convictos de que essa eleição simulada não pode e não será mantida. Não permitiremos que megalomaníacos destruam o sonho de uma democracia livre", afirmou em pronunciamento. 

Confrontos nas eleições no Quénia

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Raila Odinga também defendeu a realização de novos protestos. Desde a segunda votação na última quinta-feira, que se seguiu à anulação do primeiro pleito, nove pessoas foram mortas em manifestações em todo o país.

"Protestos pacíficos são um direito político inalienável. Desde o anúncio das primeiras eleições de 8 de agosto, o Governo tem estado a criminalizar dissidentes. Tal sistema de governo só pode ter um nome: Estado totalitário. Vamos proteger o nosso direito a divergir colocando-o em prática. Vamos continuar a nos reunir, protestar e a apresentar petições às autoridades, o quanto acharmos necessário", sublinhou.

A taxa de participação dos eleitores foi de menos de 39%, anunciou a comissão eleitoral queniana. Esta segunda-feira (30.10), apoiadores de Odinga entraram em confronto com a polícia na capital Nairobi e em Kisumu em protestos após o anúncio dos resultados.

Legitimidade é "questão política"

A União Africana (UA) está a produzir um relatório detalhado sobre as eleições contestadas de agosto e a segunda eleição de 26 de outubro. Thabo Mbeki, ex-Presidente da África do Sul e chefe de observação da UA, diz que a eleição presidencial foi válida e que os questionamentos sobre os resultados devem ser levados aos tribunais constitucionais do Quénia.

Uhuru Kenyatta foi reeleito com 98% dos votos em eleição boicotada pela oposiçãoFoto: Reuters/T. Mukoya

"A questão sobre a legitimidade não é um problema matemático, mas político. Uma decisão política precisa ser tomada e, como observadores, vamos discutir se podemos fazer uma avaliação política sobre os resultados", explicou.

Philip Attuquayefio, coordenador da Missão de Observação Eleitoral daquela organização, assinalou que a UA está pronta "para apoiar o povo irmão do Quénia no período pós-eleitoral".

"Nós esperamos que todos os quenianos expressem suas opiniões de forma pacífica reconhecendo que todos trabalharam duro para garantir que o Quénia continue a ser um país democrático", disse Philip Attuquayefio. O Presidente reeleito, Uhuru Kenyatta, também pediu que a paz seja mantida no país.

Organizações da sociedade civil apontaram irregularidades nesta segunda votação. Njonjo Mue, da coligação "We are the People", diz que é necessário substituir a atual comissão eleitoral, mas este será um longo trabalho.

"A crise que estamos a enfrentar não foi resolvida. O atual sistema eleitoral não pode conduzir uma nova eleição, pois será igual às duas últimas. Para criarmos um órgão independente e credível, precisamos de pelo menos um ano", afirma.

Raila Odinga defendeu a realização de novas presidenciais num prazo de 90 dias, sublinhando que a repetição da votação a 26 de outubro foi uma farsa.

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