1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosRepública Centro-Africana

RCA: Agência da ONU preocupada com violência

AFP | Lusa
23 de dezembro de 2020

A agência da ONU para os direitos humanos está "profundamente" alarmada com a violência na República Centro-Africana. Entende que "coloca sérios riscos à segurança dos civis e ao exercício do direito de voto" no domingo.

Zentralafrikanische Republik | MINUSCA-Truppen auf Patrouille
Forças da MINUSCA na República Centro-AfricanaFoto: ALEXIS HUGUET/AFP

O porta-voz do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), Liz Throssell, afirmou esta quarta-feira (23.12): "Estamos profundamente alarmados com as notícias de uma escalada de violência alimentada por queixas políticas e discursos de ódio, levando à deslocação forçada de civis - incluindo para países vizinhos".

A porta-voz indicou que o OHCHR se junta ao "secretário-geral da ONU, António Guterres, no apelo para que todas as partes da RCA ponham fim à violência".

Liz Throssell assinalou que "todas as partes, incluindo as forças de segurança e grupos armados, bem como as forças internacionais e estrangeiras" têm a "obrigação e respeitar o direito internacional humanitário e dos direitos humanos", acrescentando que "a proteção de civis é prioritária".

Os países vizinhos da RCA, a União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) têm, para o OHCHR, um papel crucial a desempenhar para assegurar uma resolução pacífica da crise no país e proteger a população civil.

Faustin-Archange Touadera, Presidente da RCA Foto: ALEXIS HUGUET/AFP

Quarta maior cidade está "sob o controlo"

A República Centro-Africana foi devastada pela guerra civil depois de uma coligação de grupos armados dominados por muçulmanos, a Séléka, ter derrubado o regime do Presidente François Bozizé em 2013. 

Os confrontos entre a Séléka e milícias cristãs e animistas anti-Balaka provocaram milhares de mortes.

Os líderes dos três principais grupos armados, que ocupam grande parte do território da RCA e conduzem uma ofensiva no norte e oeste do país, anunciaram na sexta-feira à criação de uma coligação e ameaçaram atacar se detetarem a existência de fraudes nas eleições de domingo.

A recém-criada coligação reúne agora grupos das milícias Séléka e anti-Balaka contra o regime do Presidente Faustin Archange Touadera.

Esta quarta-feira (23.12), a ONU afirmou que Bambari, a quarta maior cidade da RCA, está "sob o controlo" das forças de manutenção da paz e de segurança interna, depois de ter sido tomada pelos rebeldes na terça-feira (22.12).

Militares do SelekaFoto: Getty Images/AFP/S. Kambou

Eleições no domingo

Desde 2018, a guerra na RCA evoluiu para um conflito de baixa intensidade no qual grupos armados competem pelo controlo dos recursos do país, principalmente gado e minerais, e cometem regularmente abusos contra a população civil.

As eleições gerais de 27 de dezembro na República Centro-Africana vão ser disputadas por 17 candidatos à presidência, incluindo o atual chefe de Estado, Faustin Archange Touadéra, numa votação que vai também decidir a composição do parlamento.

Faustin Archange Touadéra procura um segundo mandato, sendo apontado como o favorito à vitória. 

  

RCA: A guerra contra caçadores furtivos

01:40

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema