RCA: EUA e França condenam a violência
24 de dezembro de 2020O apelo norte-americano, surge depois da Rússia ter enviado 300 instrutores militares para a República Centro-Africana (RCA), afetado por ataques rebeldes em véspera de eleições, marcadas para próximo domingo, 27 de dezembro.
Citado pela citado pela AFP, um porta-voz do departamento de Estado norte-americano, a propósito do papel de Moscovo, na República Centro-Africana, disse "a nossa posição sempre foi que os países que prestam assistência, militar ou outra, devem fazê-lo de forma transparente e coordenada, para que essa assistência venha a apoiar o desejo de boa governação e de estabilidade do povo centro-africano".
A diplomacia americana disse que "deplora" o aumento da violência antes das eleições do próximo fim de semana, nomeadamente a tomada pelos rebeldes de Bambari, a quarta maior cidade do país, devastado pela guerra civil. A cidade foi, entretanto, retomada pelas autoridades, segundo a ONU.
"Apelamos a todas as partes para que cessem as hostilidades e garantam que o povo centro-africano possa exercer o seu direito de participar em eleições pacíficas a 27 de dezembro", acrescentou o porta-voz.
Aviões de combate franceses sobrevoam a RCA
Por seu turno, o Presidente francês, Emmanuel Macron, ordenou na quarta-feira (23), aos aviões de combate que sobrevoem a RCA, para "marcar a condenação francesa das tentativas de desestabilização do país", após uma conversa com o seu homólogo centro-africano.
"Esta missão teve lugar no mesmo dia e marca a condenação pela França das tentativas de desestabilização do país", anunciou a Presidência francesa, sem mais pormenores.
Segundo a Presidência francesa, durante este intercâmbio com Faustin-Archange Touadéra, o chefe de Estado francês condenou "as tentativas de grupos armados e de certos líderes políticos, incluindo [o ex-presidente] François Bozizé, de obstruir a implementação dos acordos de paz e a realização de eleições presidenciais e legislativas" agendadas para domingo.
A França reitera o seu empenho constante, juntamente com as autoridades da República Centro-Africana, em contribuir para os esforços de estabilização do país".
Macron e Touadéra também "saudaram e expressaram o seu apoio aos elementos da Minusca, que, juntamente com as forças armadas da República Centro-Africana, tornaram possível dar uma resposta firme às tentativas de desestabilização do país".
Cessar-fogo?
Grupos armados, que ocupam mais de dois terços do país, lançaram uma ofensiva, a poucos dias das eleições presidenciais de domingo, nas quais o favorito é o atual Presidente, Faustin-Archange Touadéra.
A coligação de grupos armados rebeldes que tem liderado os ataques nos últimos dias declarou hoje um cessar-fogo no país, exigindo a suspensão das eleições presidenciais e legislativas de domingo.