Um barco que transportava passageiros e carga naufragou no rio Congo, perto da capital da República Democrática do Congo, Kinshasa. O acidente ocorreu na noite de sábado e as causas ainda estão por apurar.
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36 pessoas estão desaparecidas após o naufrágio de um barco de passageiros e carga no rio Congo, nos arredores da capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, informou a polícia, este domingo (15.09).
O resultado do naufrágio de um "barco baleeiro" no rio Congo é de 36 desaparecidos e 76 sobreviventes, escreveu a polícia congolesa na rede social Twitter.
O acidente ocorreu na noite de sábado para domingo e as causas ainda estão por apurar, disse à agência francesa AFP o porta-voz da polícia, Pierrot-Rombaut Mwanamputu.
O barco tinha partido da província de Mai-Ndombe, no nordeste da RDC e seguia para Kinshasa, quando naufragou perto da comuna de Maluku, a cerca de 100 quilómetros do centro da capital, num local onde a corrente do rio é forte.
Estes acidentes são frequentes na RDC, devido ao estado degradado das embarcações e à sobrecarga.
Em agosto, pelo menos 15 pessoas morreram num naufrágio em Bukavu, no Lago Kivu (leste). No final de maio, um outro naufrágio matou pelo menos 32 pessoas no Lago Mai-Ndombe.
Em meados de abril, o naufrágio de uma embarcação entre Goma e Kalehe, no Lago Kivu deixou "142 famílias" de luto, segundo o Presidente Félix Tshisekedi, sem que o número exato de vítimas fosse conhecido.
A "maldição dos recursos" na República Democrática do Congo
O cobalto e o coltan são minérios abundantes na República Democrática do Congo. Mas, a par com a instabilidade regional, estes recursos atraem milícias, exploração e violência.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Bätz
Recursos atraem violência e oportunistas
Nas províncias da região oriental da República Democrática do Congo (RDC), tesouros como ouro e estanho atraem milícias oportunistas. Estes grupos violentos exploram pessoas, incluindo crianças, na extração dos chamados "minerais de conflito" – como são o ouro, o cobalto e o coltan. Com as receitas angariadas, os grupos compram armas para conquistar mais territórios e assim, perpetuam o conflito.
Foto: picture alliance / Jürgen Bätz/dpa
Proteger os cidadãos e a exploração legal
A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), a maior e mais cara missão de paz da ONU, tem vindo a trabalhar na estabilização da situação nas províncias do norte e do sul de Kivu, que estão no centro da violência do país. As forças de segurança patrulham aldeias mineiras como Nzibira, localizada na margem da Zola Zola, uma mina legal de exploração de cassiterita.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Bätz
Pagar “o preço humano” por telemóveis
A cassiterita é apenas um dos minerais usados na fabricação de telemovéis. Metade da produção mundial destes minerais vem da África Central. A exportação de estanho, ouro e outros minérios da RDC tem estado sob vigilância desde 2010, altura em que entrou em vigor, nos Estados Unidos da América, a lei que exige que as empresas americanas assegurem que não trabalham com "minerais de conflito".
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Comprovar a legalidade dos minerais
Um cartaz em Nzibira explica como os sacos de minerais precisam de ser devidamente selados e rotulados por um inspetor de minas para que a sua origem legal possa ser provada às empresas dos EUA. No entanto, o sistema apresenta muitas falhas. As minas ilícitas podem simplesmente vender os seus "produtos" no mercado negro ou contrabande-á-los numa mina legal, embalando-os lá.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Bätz
Exploração de crianças
Apesar dos esforços levados a cabo por organizações, as violações de direitos humanos continuam a existir na exploração de minérios na RDC. Crianças como Esperance Furahaare, que foi raptada e violada por uma milícia quando tinha 14 anos, são vítimas comuns da exploração e violência.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Bätz
Impacto ambiental
As minas, que são difíceis de controlar, também podem prejudicar o meio ambiente e as comunidades vizinhas. Nas minas ilegais, acontece frequentemente, os esgotos misturarem-se com as águas locais, poluindo o abastecimento.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Bätz
Futuro pouco claro para a legislação
Os responsáveis pelas leis nos EUA estão a tentar avançar com um projeto de lei que poderá eliminar a reforma de 2010 - que exige que as empresas assegurem que não trabalham com "minerais de conflito". Os legisladores argumentam que a Lei Dodd-Frank tem reprimido o desenvolvimento económico do país e não teve efeito prático na exploração na África Central.