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ConflitosRepública Democrática do Congo

RDC: Combates entre M23 e exército cessam mas sem retirada

Lusa
28 de novembro de 2022

Os combates entre os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) e as tropas da República Democrática do Congo (RDC) parecem ter cessado, mas não há retirada das áreas ocupadas, conforme estipulado no acordo de cessar-fogo.

Foto: Benjamin Kasembe/DW

Segundo relatos citados pela agência France-Presse, os combates no leste da RDC cessaram desde a manhã desta segunda-feira (28.11), mas no fim de semana houve combates entre os elementos do M23 e as milícias hutu, principalmente das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FLDR).

"Durante a noite, um veículo do M23 foi emboscado" na aldeia de Kinyandonyi, em território Rutshuru, e outro ataque atribuído à mesma milícia ocorreu no domingo, a cerca de 30 quilómetros de distância, na localidade de Biruma, de acordo com um residente local ouvido pela agência noticiosa.

Uma fonte hospitalar afirmou que seis civis tinham sido mortos em confrontos no sábado na mesma área entre a M23 e a Mai Mai, uma milícia comunitária, em Kisharo.

Jovens congoleses estão a aderir ao exército para combater o M23Foto: Zanem Nety Zaidi/DW

Dia sem combates

No entanto, durante o dia de hoje não foram ainda relatados combates entre o M23 e as forças leais às autoridades de Kinshasa, com os dois lados ainda a manter as posições na linha da frente, nomeadamente em Kibumba, a apenas 20 quilómetros de Goma, a capital da província do Kivu Norte.

Uma calma tensa tem prevalecido desde o fim de semana, sugerindo que os apelos a um cessar-fogo podem ter tido sucesso.

Cimeira em Luanda

Na quarta-feira passada (23.11), uma cimeira em Luanda decidiu a cessação das hostilidades a partir de sexta-feira ao fim da tarde, que devia ter sido seguida, dois dias depois, pela retirada dos rebeldes do M23 "das áreas ocupadas para as suas posições iniciais", mas até hoje não houve qualquer retirada.

"Sempre dissemos que estamos a pedir o diálogo com o governo e, nessa altura, discutiremos esta questão", reforçou o porta-voz militar do M23, Willy Ngoma.

Luanda tem atuado como mediadora na tensão entre RDC e RuandaFoto: JORGE NSIMBA/AFP

A cimeira de Luanda determinou também que se os rebeldes do M23 se recusassem a retirar, a força regional da África Oriental a ser destacada para Goma "utilizaria a força para os pressionar a submeterem-se".

Enquanto o M23 ocupar partes do território congolês, o governo de Kinshasa recusa-se a falar com o M23, a quem chama um "movimento terrorista" apoiado pelo Ruanda. 

Uma nova ronda de conversações com grupos armados ativos no leste da RDCongo foi aberta hoje em Nairobi, mas novamente sem a presença de representantes do M23, que por isso já disseram, sobre a cimeira de Luanda, que "o cessar-fogo não nos diz muito".

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