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ConflitosRepública Democrática do Congo

RDC: Exército informa morte de dois soldados

AFP | tm
2 de janeiro de 2021

O exército da RDC informou neste sábado (2.1) a perda dois soldados e a morte de pelo menos 14 rebeldes enquanto os dispersou de um vilarejo no leste do país, após novo massacre de civis.

Demokratische Republik Kongo Soldaten Patroullie nahe Beni
Soldados em patrulha no Beni (foto de arquivo).Foto: picture-alliance/AP Images/Al-Hadji Kudra Maliro

As tropas da República Democrática do Congo (RDC) informam que ganharam vantagem nesta sexta-feira (1.1) sobre os rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), na aldeia de Loselose, e "os expulsaram após três dias de ocupação e combates intensos", disse o Tenente Antony Mualushayi, porta-voz do exército na região de Beni, à agência de notícias AFP.

"Foram vistos 14 corpos, incluindo dois homens, que são provavelmente árabes. Dois soldados foram mortos", disse o oficial numa declaração neste sábado (2.1).

A aldeia Loselose, a cerca de 50 quilómetros a leste de Beni, e todo o sector Ruwenzori, são conhecidos pelas suas plantações de cacau e bananais. As colheitas começaram na região em novembro.

Beni, na República Democrática do Congo (foto de arquivo).Foto: picture-alliance/dpa/0AP Photo/A.-H. K. Maliro

Massacre

Os oficiais da região alegaram nesta sexta-feira (1.1) que os rebeldes da ADF massacraram pelo menos 25 civis quando os surpreenderam nos seus campos, na véspera de ano novo, na aldeia de Tingwe.

A ADF, que teve origem nos anos 1990, como um grupo rebelde muçulmano ugandês, é uma das dezenas de milícias que assolam as províncias orientais da vasta República Democrática do Congo. É acusada pelas mortes de cerca de 800 civis, ocorridas no ano passado, na província do Kivu Norte, fronteira com o Uganda.

O grupo obtém dinheiro, nomeadamente, através do tráfico de madeira, e os oficiais da República Democrática do Congo suspeitam que alguns militares são cúmplices nas suas violentas rusgas.

A ADF nunca reivindicou a responsabilidade por ataques. Mas, desde abril de 2019, vários dos seus ataques têm sido reclamados pelp chamado Estado Islámico na Província da África Central, sem apresentar provas.

Nações Unidas

As Nações Unidas afirmaram em julho que os ataques do grupo poderiam constituir crimes contra a humanidade e de guerra.

Um relatório de 23 de dezembro, elaborado por um grupo de peritos da ONU, que abordou a situação de segurança na região, a "caracteriza por focos de violência intensa".

O relatório concluiu que, no Kivu do Norte, as forças armadas "dispersaram as Forças Democráticas Aliadas (ADF) em vários grupos, com a extensão da área de operações da mesma".

A 30 de outubro de 2019, o exército lançou uma operação em grande escala contra os bastiões da ADF, a afirmar que tinham "neutralizado" cinco líderes dos grupos.

Mas isso não impediu um recrudescimento da violência no primeiro semestre de 2020, com dados da ONU mostrando 1.315 mortes em comparação com 416 no primeiro semestre do ano anterior.