Aeronave da companhia aérea local Busy Bee caiu em um bairro residencial na cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo, informaram as autoridades este domingo (24.11).
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Os corpos de pelo menos 23 pessoas mortas em um acidente de avião, este domingo (24.11) no leste da República Democrática do Congo (RDC), foram retirados dos destroços, informou o coordenador do serviço de resgate de Goma, Joseph Makundi, à AFP.
O avião privado de passageiros da companhia aérea local Busy Bee caiu em um bairro residencial na cidade de Goma, no leste da RDC, após a descolagem.
Segundo Heritier Said Mamadou, funcionário da companhia aérea Busy Bee, "havia 17 passageiros a bordo e dois tripulantes" a bordo da aeronave Dornier 228, que fazia um vôo doméstico com destino à cidade de Beni.
Um funcionário do aeroporto de Goma, Richard Mangolopa, disse que não haverá sobreviventes entre as 19 pessoas que estavam a bordo do avião.
A razão para o acidente está a ser investigada e o número de vítimas pode aumentar, uma vez que a aeronave caiu numa área densamente povoada.
A Busy Bee opera três aeronaves para as regiões de Beni e Butembo, na província do Kivu do Norte.
Segurança deficiente
Em Outubro, um avião de carga que saiu de Goma com destino a Kinshasa despenhou-se uma hora após a descolagem na província de Sankuru, no centro da RDC, matando os oito passageiros e tripulantes.
No seu catálogo de companhias aéreas proibidas de operarem na Europa, a União Europeia enumera 21 companhias aéreas congolesas, incluindo a Busy Bee.
Os aeroportos dos presidentes em África
São uma espécie de monumento auto-instituído: vários líderes africanos construíram os seus próprios aeroportos em locais remotos. Hoje, são estruturas esquecidas, paralisadas ou dão grandes prejuízos.
Foto: Getty Images/AFP/L. Bonaventure
O aeroporto esquecido de uma capital esquecida
Nos anos 60, o Presidente Félix Houphouët-Boigny decidiu fazer da sua cidade natal, Yamoussoukro, a capital da Costa do Marfim. Construiu avenidas imponentes, uma enorme igreja, vários edifícios e um aeroporto. Tanto a cidade como o Aeroporto Internacional de Yamoussoukro acabaram por cair na insignificância. Hoje em dia, o aeroporto está praticamente abandonado.
Foto: Getty Images/AFP/L. Bonaventure
Perdido na selva
Também Mobuto Sese Seko, ex-Presidente da RDC, se instalou com toda a pompa e circunstância na sua cidade natal, Gbadolite, com três palácios e edifícios representativos. Há também um aeroporto, rodeado por floresta tropical. Não há indústria nem turismo nas redondezas e a capital, Kinshasa, fica a 1400 quilómetros. Mobutu e a mulher gostavam de voar de Gbadolite para Paris – num Concorde alugado.
Foto: Getty Images/AFP/J. Wessels
O ditador com a sua própria pista de aterragem
Mobutu foi também recebido pelo ditador da vizinha República Centro-Africana, Jean-Bedel Bokassa (segundo à direita). Na residência de Bokassa, a cerca de 80 quilómetros de distância, havia também uma pista de aterragem para passageiros. Há muito que Bokassa morreu e a sua pista desintegra-se – tal como os seus palácios.
Foto: Getty Images/AFP/OFF
Boas-vindas a um convidado alemão
Mesmo antes de se tornar um aeroporto internacional - a mando do antigo Presidente Daniel Arap Moi - o aeródromo de Eldoret, no centro-oeste do Quénia, recebia o chanceler Helmut Kohl, em 1987. Eldoret é o centro económico dos Kalenjin – o grupo étnico do Presidente Moi. Apesar do nome, o aeroporto serve apenas para voos domésticos.
Foto: Imago Images/D. Bauer
O aeroporto inviável do ex-Presidente da Nigéria
O ex-Presidente da Nigéria, Umaru Yar'Adua, também converteu o aeroporto da sua cidade natal, Katsina, em aeroporto internacional durante o seu mandato (2007-2010). Mas o projeto preferido do antigo Presidente, que morreu em 2010, não é rentável. O Governo está a ponderar a entrada da autoridade aeronáutica nacional na equipa de gestão do aeroporto de Katsina.
Foto: Getty Images/AFP/P. Utomi Ekpei
Rumo a Chato?
A companhia aérea tanzaniana Precision Air poderá voar em breve para Chato, cidade natal do Presidente John Magufuli. O chefe de Estado quer expandir este aeroporto para impulsionar o turismo. Mas uma comissão parlamentar apela à renovação das infraestruturas já existentes em vez de novos projetos. Apenas 5 dos 58 aeroportos e pistas de aterragem do país contribuem para o PIB, dizem os deputados.