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PolíticaRepública Democrática do Congo

RDC: "Que Tshisekedi prossiga com os seus projetos"

DW (Deutsche Welle)
3 de janeiro de 2024

Muitos congoleses dizem-se satisfeitos com a vitória eleitoral do Presidente Tshisekedi. Mas também avisam que não aceitarão mais desculpas, se ao cabo de cinco anos o PR não tiver cumprido a promessa de melhorar o país.

DR Kongo Felix Tshisekedi in Kinshasa
Foto: Arsene Mpiana/AFP/Getty Images

As primeiras reações dos congoleses nas ruas de Kinshasa, minutos após a publicação dos resultados eleitorais pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), foram de regozijo pela vitória esmagadora de 73% de Félix Tshisekedi.

"Estou contente porque ele regressou para um segundo mandato. Vai fazer ainda mais do que já fez", diz um cidadão. 

Já outro deixa um lembrete: "Confiámos-lhe um segundo mandato, mas agora queremos que trabalhe com os jovens". 

O país encontra-se numa profunda crise económica, pelo que Dorcas Tampia, que acaba de completar um curso universitário, diz que Tshisekedi não tem margem para erros e deve dar absoluta prioridade à criação de empregos.

"Sabemos que quando assumiu a presidência encontrou o país no caos. Chegou a altura de agir. Se houver muito emprego, as pessoas são pagas e a economia também avança. Enquanto houver desemprego, a economia estará sempre de rastos. Desta vez não há desculpas. Este mandato será para cumprir todas as promessas não cumpridas", exige Tampia.

Os deslocados internos, causados por conflitos armados, também esperam uma solução do PR para a sua situação Foto: Aubin Mukoni/AFP/Getty Images


"Agora, cabe-lhe a ele colmatar as lacunas"

Outra preocupação é o salário dos funcionários públicos, que é preciso aumentar, refere Espérance Bilonda, que trabalha numa empresa pública: "Os salários são pagos com atraso. Se ele aumentar o nosso bónus e o nosso salário, ainda nos safamos. Demos-lhe um segundo mandato. Agora, cabe-lhe a ele colmatar as lacunas".

Paul Tshilumba, comerciante em Lubumbashi, lembra que no seu primeiro mandato o Presidente Tshisekedi lançou uma série de projetos. Este segundo mandato é, por isso, uma oportunidade para o Presidente reeleito terminar o que começou, diz: "Quero que Presidente termine as obras que iniciou no porto de Banana em Matadi, para que nós, congoleses, deixemos de depender da Tanzânia. Espero ainda que possibilite a ligação de comboio de Katanga para Kinshasa e ligações entre todas as províncias. Que prossiga com os seus projetos para os 145 territórios". 

No leste do país, as pessoas estão sobretudo preocupadas com a situação de segurança. É o caso sobretudo na província do Kivu Norte, com áreas que ainda são controladas pelos rebeldes do M23.

Os deslocados internos que fugiram da violência só têm um desejo: regressar às suas aldeias, diz Jacqueline Sendugu, que vive no campo de refugiados de Bulengo: "Na minha terra somos agricultores. Se a paz regressasse, poderíamos voltar para casa e a vida poderia mudar. Estou grávida e gostaria de dar à luz em casa, porque o meu filho poderia crescer em boas condições".

Os resultados da eleição proclamados pela CENI no domingo (31.12) têm ainda de ser validados pelo Tribunal Constitucional, que anunciará os resultados finais a 10 de janeiro.

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