RDC vai combater proliferação de armas de pequeno calibre
Lusa | kg
20 de outubro de 2019
Uma Comissão Nacional será estabelecida na República Democrática do Congo para combater a circulação de armas ligeiras e de pequeno calibre. O objetivo é diminuir os índices de criminalidade.
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O Governo da República Democrática do Congo decidiu estabelecer uma Comissão Nacional para combater a proliferação e a circulação ilícita de armas ligeiras e de pequeno calibre. O anúncio foi feito este domingo (20.10) pelo Conselho de Ministros congolês.
"Depois de examinada e discutida a situação, o Conselho de Ministros adotou um projeto de decreto que estabelece a criação, atribuições, organização e funcionamento da Comissão Nacional para combater a proliferação e circulação ilícita das armas ligeiras e de pequeno calibre", indica o relatório, que foi lido pelo ministro da comunicação, Thierry Moungalla, na rádio nacional do país.
Ciclo de violência
De acordo com o Governo, o país viveu "um ciclo de violência durante a década de 1990-2000, assim como outros países da África Central e dos Grandes Lagos".
"A principal consequência desses distúrbios em todos esses Estados tem sido a proliferação e a circulação ilícita de armas pequenas, bem como o aumento de crimes e vários ataques", acrescentou.
Na sequência da conferência nacional de 1991 e as primeiras eleições pluralistas de 1992, a RDC viveu uma série de guerras civis. A mais mortífera foi em 1997 e permitiu ao Presidente Denis Sassou Nguesso recuperar o poder, estando há 35 anos à frente dos destinos do Congo.
Pelo menos 8.000 armas de todos os calibres foram recolhidas juntos dos ex-combatentes Ninjas, dirigidos por Frédéric Bintsamou, que combateu no Exército oficial.
RDC: A luta dos bonobos pela sobrevivência
Estes chimpanzés são os parentes mais próximos dos humanos. Mas o homem é o seu maior inimigo. Na República Democrática do Congo (RDC), cientistas e ambientalistas tentam evitar a extinção dos primatas.
Os bonobos – os chimpanzés-anões da República Democrática do Congo – estão ameaçados de extinção. Há 40 anos, ainda havia cerca de 100.000, mas hoje restam apenas 20.000. A maior ameaça é o homem. Os bonobos são capturados e vendidos como animais de estimação. A carne é considerada "exótica" e vendida nos mercados locais. Com a desflorestação, estes animais estão a perder o seu habitat natural.
Os bonobos existem apenas na República Democrática do Congo. Esses chimpanzés vivem na Bacia do Congo, uma enorme floresta no oeste do país que tem quase três vezes o tamanho da França. Esta região faz fronteira com vários rios, incluindo o rio Congo. Os pesquisadores acreditam que os macacos nunca saíram da região porque não sabem nadar.
Segundo cientistas, 98% do DNA dos bonobos são idênticos ao dos humanos. Isso significa que os bonobos são mais próximos de nós do que os gorilas. Este facto também explica as muitas semelhanças entre estes chimpanzés e os humanos. Mas existem algumas diferenças significativas. Por exemplo, os bonobos podem sofrer de doenças como a SIDA, mas são imunes à malária.
Foto: picture-alliance/imageBROKER/I. Kuzmin
"Façam amor, não façam guerra"
Os bonobos vivem deste princípio: "façam amor, não façam guerra". Estes chimpanzés evitam lutar. E em situações conflituosas, procuram a pacificação social. Eles abraçam-se e compartilham, em vez de lutar. O principal método para resolver as tensões é fazer sexo ou trocar carícias. A principal razão pela qual os bonobos são tão pacíficos é que as mulheres estão no comando.
"O paraíso dos bonobos" é como é chamada a única área protegida do mundo para os bonobos órfãos. Este sítio fica a pouco mais de meia hora de carro da capital, Kinshasa. O chamado "Lola ya Bonobo" foi fundado em 1994 por Claudine Andre. Os bonobos que são recuperados antes de serem vendidos nos mercados locais recebem cuidados e depois são reintegrados na floresta.
Foto: DW/S. Fröhlich
Preparação para a selva
A reserva "Lola ya Bonobo" tem 75 hectares de floresta tropical e é o lar de mais de 60 bonobos. Os animais encontrados e capturados recebem cuidados e depois são preparados juntamente com outros membros da reserva para um futuro em liberdade. Desde 2009, os funcionários da área de proteção colocaram dois grupos de bonobos órfãos de volta à vida selvagem.
Foto: DW/S. Fröhlich
A terra dos bonobos
Assim que os bonobos se tornam adultos o suficiente, eles regressam à selva. São levados em grupos para uma reserva protegida de mais de 20.000 hectares na província de Équateur. Essa reserva chama-se "Ekolo ya Bonobo", que significa "terra dos bonobos". O objetivo é expandir essa área para cerca de 100.000 hectares, a fim de proteger os bonobos a longo prazo.
Os bonobos que perderam as suas mães por causa da violência ficam frequentemente traumatizados. Os pequenos chimpanzés precisam do amor das mães até que completem quatro anos de idade, caso contrário, morrem devido ao stress. Por esse motivo, os bebés recebem uma mãe substituta humana, que cuida deles o dia inteiro e lhes dá segurança para sobreviver. Ela até coloca os bonobos na cama.
Foto: DW/S. Fröhlich
Educação contra extinção
Mais de 30.000 pessoas visitam a reserva a cada ano. A maioria são crianças congolesas em atividades escolares. A iniciativa por trás da "Lola ya Bonobo" centra-se na educação e no esclarecimento para acabar com a caça aos bonobos. Os visitantes são orientados por um guia e educados pelos guardiões locais sobre a vida dos chimpanzés.
Foto: DW/S. Fröhlich
De inimigos a amigos?
Ambientalistas estimam que restam apenas 75 anos de sobrevivência aos bonobos. Se os seres humanos não mudarem o seu comportamento e não garantirem um futuro seguro a esses animais na República Democrática do Congo, os bonobos poderão ser extintos o mais tardar até 2100. Portanto, é importante que o maior inimigo dos bonobos, o homem, se torne o seu melhor amigo.