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Recenseamento avança com dificuldades no Niassa

Conceição Matende
26 de maio de 2023

O principal partido da oposição em Moçambique, a RENAMO, acusa o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral na província do Niassa de estar a sabotar o recenseamento eleitoral. Autoridades eleitorais negam.

Foto: Delfim Anacleto/DW

A acusação é feita pelo mandatário distrital da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Rachide Carvalho, que se queixa de várias irregularidades no processo eleitoral.

Para o responsável, as avarias constantes são simuladas por membros do Secretariado técnico de administração eleitoral (STAE) com o intuito de diminuir o número de eleitores simpatizantes da oposição.

"Os brigadistas são instruídos por alguns elementos do STAE para simularem essas avarias para poderem reduzir o número dos eleitores e a presença dos secretários dos bairros e seus respetivos chefes de quarterões no posto de recenseamento eleitoral que tem como missão a facilitação dos seus elementos para o recenseamento eleitoral”, comenta Rachide Carvalho.

Avarias sucessivas

Os potenciais eleitores dizem-se agastados pelas avarias que paralisaram o recenseamento durante quatro dias. Valéria Rosa é um dos exemplos.

"O que está a acontecer é que as máquinas estão sempre avariadas e a população não está a recensear-se. E quando as máquinas voltam a funcionar levam pessoas conhecidas e a população só fica na bicha até ao entardecer", crística.

Recenseamento eleitoral em Moçambique termina a 3 de junho Foto: Sitoi Lutxeque/DW

À DW, o diretor provincial do STAE no Niassa, Ernesto António, garante que as avarias não são um ato concertado. Segundo o responsável, a afluência ao registo provocou uma pressão no sistema, que aumentou assim a morosidade do processo. Ernesto António frisa que já foram enviados reforços de equipamentos para todos distritos da província.

"O balanço que damos é positivo, olhando pela adesão dos eleitores nos postos de recenseamento. Houve um tempo em que as máquinas tinham dificuldades de emitir os cartões e algumas vezes tivemos a interrupção de um ou dois dias e isso acabou criando essas enchentes", admite.

"Em termos de cumprimentos das metas, estamos a rondar mais de cinquenta por cento e já temos um reforço de alguns mobile para os postos que mais registam enchentes de eleitores. Em todos postos de recenseamento tem essa queixa, mas nós olhamos como desinformação, então é aí que surge esse tipo de interpretação de que é uma manobra", explica ainda.

Desde o início do processo, o STAE na província do Niassa previa recensear 680.254 eleitores nos seis distritos com autarquias... Mas até ao momento só conseguiu atingir metade dessa projeção.

O registo de eleitores para as autárquicas termina em 03 de junho.

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