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Reino Unido: Sondagens dão clara vitória aos conservadores

tms | com agências
13 de dezembro de 2019

O Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson venceu as eleições no Reino Unido com uma maioria absoluta de 368 deputados, segundo as primeiras sondagens. Líder do Partido Trabalhista prepara demissão.

Sede da BBC em Londres mostra os primeiros resultadosFoto: Getty Images/AFP/T. Akmen

De acordo com as projeções, o Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson obteve mais 50 assentos do que nas eleições de 2017. Trata-se da maior vitória dos conservadores desde 1987 e a pior dos trabalhistas desde 1935, segundo a sondagem, que prevê que o partido de Jeremy Corbyn perca 71 assentos face a 2017.

A primeira sondagem à boca das urnas indica que o Partido Conservador terá 368 deputados, o partido Trabalhista 191, o Partido Nacionalista Escocês 55, os Liberais Democratas 13, os nacionalistas galeses três e os Verdes um assento. Anúncio final dos resultados é esperado esta sexta-feira (13.12).

Na sequência da divulgação das sondagens, a cotação da libra esterlina frente ao euro disparou, chegando a níveis não resgistados desde dezembro de 2016.

Reino Unido: Sondagens dão clara vitória aos conservadores

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A maioria absoluta era o resultado esperado por Boris Johnson para acabar com o impasse no Parlamento sobre o Brexit. Durante a campanha eleitoral, o primeiro-ministro conservador prometeu a saída do Reino Unido da União Europeia até 31 de janeiro.

Boris Johnson reagiu às sondagens dizendo que vai trabalhar para responder às prioridades do povo britânico. "Parece que este Governo conservador recebeu um novo e poderoso mandato para concluir o Brexit. E também para unir este país, avançar e concentrar-se nas prioridades do povo britânico e, acima de tudo, no Serviço Nacional de Saúde", declarou.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já felicitou o primeiro-ministro britânico. "Parabéns a Boris Johnson pela sua grande vitória! O Reino Unido e os Estados Unidos estão livres para celebrar um novo grande acordo comercial após o Brexit", escreveu Donald Trump numa mensagem publicada na rede social Twitter. 

Líder do Partido Trabalhista prepara demissão

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, admitiu que a derrota nas eleições legislativas britânicas é "muito dececionante" e anunciou que pretende demitir-se. "Quero tornar claro que não vou liderar o partido em nenhumas futuras eleições. Vou discutir com o partido para garantir que existe um processo de reflexão sobre este resultado e sobre as políticas que vai manter no futuro. E vou liderar o partido durante esse período", declarou em Islington, após ser anunciado o resultado da sua circunscrição, onde foi eleito com 34.603 votos.  

"Esta é obviamente uma noite muito dececionante para o Partido Trabalhista. Mas quero dizer que, na campanha eleitoral, apresentámos um programa de esperança, um programa de unidade e um programa que ajudaria a corrigir os erros, as injustiças e as desigualdades existentes neste país", disse Jeremy Corbyn.  

Jeremy Corbyn: "Esta é uma noite muito dececionante para o Partido Trabalhista"Foto: Reuters/H. McKay

As sondagens foram recebidas com surpresa pelos apoiantes do Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn em Londres. "Significa que os conservadores terão maioria durante cinco anos, o que é deprimente. As pessoas são enganadaspela falácia do Brexit, reagiu Max Vegas.

Outro apoiante, Carl Cullanani, lamentou a "derrota histórica" dos trabalhistas. "É uma confirmação esmagadora do plano de Boris Johnson para o país e do seu plano para o Brexit. Os conservadores têm sido claros sobre qual é o plano deles, se é possível executá-la é outra questão, mas parece que as pessoas decidiram o que querem ver no curto prazo."

Próximo desafio: acordo comercial com UE

Após a divulgação das sondagens que já dão vitória expressiva ao primeiro-ministro Boris Johnson, diplomatas europeus saudaram a votação dizendo que agora há clareza para o processo do Brexit seguir. Mas lembraram de outro desafio: chegar a um acordo comercial com o Reino Unido até ao final de 2020.

Tony Travers, analista da London School of Economics, acredita que o prazo para um acordo comercial é curto. "O Brexit acontecerá em 31 de janeiro. Então a questão que se põe é: pode ser feito um acordo comercial com a UE até 31 de dezembro de 2020? O tempo é muito curto. Se Boris Johnson optar por manter um relacionamento bastante próximo com a Europa, com pouco afastamento do alinhamento, seria possível", diz.

Entretanto, em Bruxelas, o Brexit deve voltar hoje à mesa de discussões dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que desde quinta-feira (12.12) participam numa cimeira.

Eleições no Reino Unido cruciais para o Brexit

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