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RENAMO aprova 15 anos de militância para liderar partido

Lusa
15 de abril de 2024

Conselho Nacional da RENAMO aprova perfil do candidato do partido para eleições presidenciais de outubro exigindo, entre os requisitos, 15 anos de militância ininterrupta aos candidatos.

 Reunião do Conselho Nacional da RENAMO este domingo (14.04)
Reunião do Conselho Nacional da RENAMO este domingo (14.04)Foto: Silaide Mutemba/DW

O perfil foi aprovado durante a madrugada de hoje, em Maputo, no encerramento da reunião dos 120 membros do Conselho Nacional da RENAMO, um encontro que antecede o congresso eletivo em maio.

"Uma das deliberações da reunião foi mesmo a definição do perfil: os membros decidiram que o candidato deverá ter o mínimo de 35 anos, 15 anos de militância ininterrupta e ocupado alguns cargos de direção por, no mínimo, cinco anos", declarou o porta-voz do partido, lembrando que se trata dos mesmos requisitos usados no último congresso do partido, em janeiro de 2019.

Com a aprovação deste perfil, a candidatura do deputado Venâncio Mondlane à liderança do partido torna-se impossível, já que o político só se juntou à principal força de oposição em Moçambique em 2018, após abandonar o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política com assento parlamentar.

Ossufo Momade, o líder atual da RENAMO, tem sido criticado por alegada inércia face a supostas irregularidades nas eleições autárquicas Foto: Amos Fernando/DW

Atual liderança

A RENAMO é atualmente liderada por Ossufo Momade desde a morte do líder histórico da RENAMO Afonso Dhlakama (2018), tendo o mandato dos atuais órgãos expirado em 17 de janeiro.

O líder atual do partido tem sido externa e internamente criticado devido a alegada inércia face a supostas irregularidades nas eleições autárquicas moçambicanas de outubro passado, sendo também acusado de negligência face à situação dos guerrilheiros do partido desmobilizados à luz do acordo de paz com o Governo.

Por sua vez, Venâncio Mondlane apresentou, recentemente, à Justiça uma providência cautelar que exigia a anulação de decisões tomadas pelo atual líder da RENAMO, sob o argumento de estar fora do mandato, o que foi rejeitado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

Mondlane tinha também intentado uma outra providência cautelar, exigindo a marcação do próximo congresso do partido, mas este processo não foi julgado porque o deputado chegou a acordo com a direção da RENAMO para a realização da reunião magna da organização, entre 15 e 16 de maio.

Venâncio Mondlane​​​​​​​ (Foto de arquivo)Foto: Silaide Mutemba/DW

Escaramuças

A reunião do Conselho Nacional da RENAMO, que antecede o congresso eletivo, foi marcada por escaramuças entre os seguranças do partido e um grupo de jovens apoiantes de Venâncio Mondlane nas primeiras horas do dia.

Os jovens tentavam manifestar-se à porta da sala onde decorre a reunião do Conselho Nacional da RENAMO no Hotel Glória, na capital moçambicana, quando os seguranças do partido os expulsaram à força e rasgaram os cartazes que empunhavam de apoio à candidatura de Venâncio Mondlane.

Pelo menos três militantes já tinham anunciado que pretendiam concorrer à liderança da RENAMO, num ano em que Moçambique realiza eleições gerais: o irmão do líder histórico do partido Elias Dhlakama e o ex-deputado Juliano Picardo, além de Venâncio Mondlane.

Moçambique realiza em 09 de outubro eleições gerais, incluindo presidenciais.

Radar DW: Ossufo Momade marca congresso da RENAMO

26:28

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