RENAMO culpa Governo por atrasos na conclusão do DDR
26 de dezembro de 2022![Mosambik Ossufo Momade, Vorsitzender der mosambikanischen Partei RENAMO](https://static.dw.com/image/55194286_800.webp)
"O processo do DDR devia ter sido encerrado no dia 19 de dezembro e, infelizmente, não aconteceu por causa dos sistemáticos incumprimentos dos outros intervenientes", disse Ossufo Momade, em declarações à comunicação social a partir da cidade de Nampula, norte de Moçambique.
Em causa está o adiamento do encerramento da base central do braço armado do partido na serra da Gorongosa, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) previsto no acordo de paz assinado com o Governo em 2019.
Entre as reclamações do principal partido de oposição em Moçambique destacam-se os atrasos nas pensões que deviam ser pagas aos guerrilheiros desmobilizados, um problema ao qual o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas a Moçambique e presidente do grupo de contacto nas negociações, Mirko Manzoni, tinha alertado há uma semana.
"Ficamos cada vez mais preocupados com alegada falta de fundos e alegada insustentabilidade de pensões para os nossos combatentes", frisou o presidente da RENAMO.
Como sustentar pensões dos guerrilheiros?
Na semana passada, o chefe de Estado moçambicano defendeu que é necessário que se estudem mecanismos para garantir a sustentabilidade das pensões dos guerrilheiros da RENAMO.
"Estamos a estudar uma forma sustentável de instituir pensões para este grupo de moçambicanos, para que os nossos conterrâneos possam ser integrados na sociedade de forma digna e produtiva", declarou Filipe Nyusi, no seu discurso anual sobre o estado da nação no Parlamento.
O processo de DDR faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 06 de agosto de 2019 entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Ossufo Momade.
O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a principal força da oposição, todos assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
No âmbito do acordo, do total de 5.221 elementos a abranger, cerca de 4.700 (90%) já entregaram as armas, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.