Polícia de Manica anunciou a detenção na semana passada de três indivíduos, acusados de realizarem ataques nas zonas de Gondola e Mossurize, no centro do país. RENAMO rejeita envolvimento.
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Segundo a polícia, os três indivíduos foram detidos na sexta-feira (11.10). Um dos detidos foi motorista do falecido líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama, outro era major e o outro tenente.
Os três homens são suspeitos de envolvimento no assassinato de um dirigente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) em Mossurize, a 1 de outubro, e de atacar uma viatura protocolar do administrador de Gondola, que, segundo a polícia, ficou "completamente carbonizada".
"Foi possível neutralizar três elementos integrantes dos homens armados da RENAMO", informou o chefe do departamento de relações públicas no comando provincial de Manica, Mário Arnaça.
RENAMO nega envolvimento em ataques
Mas a RENAMO nega o envolvimento de elementos do partido nos ataques.
Segundo o candidato do partido a governador de Manica, Alfredo Magumisse, "aqueles que são comandados pelo general Ossufo Momade, nenhum dele fez isso. O resto já não sei", afirmou
A polícia não permitiu que os três detidos fossem entrevistados.
Na região continuam homens armados da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, que contestam o presidente do partido, Ossufo Momade.
Acordo de Paz histórico em Moçambique
Em Moçambique, o Presidente Filipe Nyusi e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, formalizaram na quinta-feira (01.08) o fim das hostilidades militares no país. O acordo, já considerado histórico, é o terceiro em 25 anos.
Foto: DW/A. Sebastião
Acordo histórico
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, erguem o acordo de paz e fim das hostilidades, que foi assinado na Serra da Gorongosa, província de Sofala, centro do país. O local é conhecido como bastião da RENAMO. O acordo tem como objetivo acabar com os confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
Foto: DW/A. Sebastião
Anos de hostilidade
"Estamos aqui em Gorongosa para dizer a todos moçambicanos e ao mundo inteiro que acabámos de dar mais um passo, que mostra que a marcha rumo à paz efetiva é mesmo irreversível", declarou Filipe Nyusi, referindo-se ao acordo assinado com a RENAMO. É o terceiro documento após anos de hostilidades. O primeiro foi assinado em 1992, em Itália - o chamado Acordo Geral de Paz de Roma.
Foto: DW/A. Sebastião
Virar a página
"Com esta assinatura do acordo de cessação das hostilidades militares, queremos garantir ao nosso povo e ao mundo que enterramos a lógica da violência como forma de resolução das nossas diferenças", afirmou o líder da RENAMO, Ossufo Momade, ressaltando que "a convivência multipartidária será o apanágio de todos partidos políticos".
Foto: DW/A. Sebastião
Silenciar das armas
O pacto cala oficialmente as armas e prolonga de forma definitiva uma trégua que durava desde dezembro de 2016, depois de vários anos de confrontos armados entre as forças governamentais e o braço armado da RENAMO.
Foto: DW/A. Sebastião
Abraço da paz
Na cerimónia de assinatura do acordo, o Presidente de Moçambique Filipe Nyusi mostrou-se otimista em relação aos próximos anos, dizendo que "a incerteza deu ligar à esperança e o futuro de Moçambique é promissor".
Foto: DW/A. Sebastião
"Paz vai ser testada nas eleições"
Este novo acordo é um passo muito importante para Moçambique e também para todos os partidos. Daviz Simango, líder do MDM, esteve na cerimónia e alertou: "Temos que trabalhar muito neste processo eleitoral que se avizinha. Portanto, se o STAE nos proporcionar o teatro, que tem vindo a fazer de ciclo em ciclo eleitoral, pode proporcionar o retorno a essas situações de conflitos militares".
Foto: DW/A. Sebastião
Unidos pelo acordo
Horas depois da assinatura do acordo, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na Beira que o Governo e a RENAMO vão unir-se para debelar qualquer tentativa de prejudicar o acordo de cessação definitiva de hostilidades militares.