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RENAMO sobre atuação da polícia: "Não iremos deixar passar"

Lusa
14 de novembro de 2024

RENAMO disse, esta quinta-feira, que vai abrir um processo-crime contra a polícia moçambicana por esta ter disparado gás lacrimogéneo contra o autarca de Quelimane e a população local. Partido promete responsabilização.

Bandeira da RENAMO, oposição moçambicana
RENAMO diz que "não se pode tolerar" disparos contra populaçõesFoto: Getty Images/G. Guercia

A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal força da oposição, vai abrir um processo-crime contra a polícia que, na quarta-feira (13.11), disparou gás lacrimogéneo contra o autarca de Quelimane, Manuel de Araújo, e a população local.

"Houve uma irresponsabilidade da polícia e precisa ser responsabilizada criminalmente e isto não iremos deixar passar. Estão identificados os que protagonizaram essas ações contra as populações, pelo que a RENAMO tudo fará para colocar estes que mataram populações indefesas nos tribunais nacionais e internacionais", prometeu o porta-voz da RENAMO, Marcial Macome.

Em conferência de imprensa, o responsável disse que "não se pode tolerar" disparos contra populações, prometendo que o partido vai usar "meios legais" para a responsabilização das forças policiais envolvidas.

"Estes atos macabros, desumanos e de falta de sentido de Estado condenamos e queremos garantir que todos aqueles que estão envolvidos em Quelimane [província da Zambézia, no centro] assim como em outras partes do país serão responsabilizados", adiantou.

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As forças policiais dispersaram em Quelimane, com recurso a gás lacrimogéneo, população que respondeu ao apelo a marchas convocadas pela RENAMO contra os resultados eleitorais de 09 de outubro, que culminariam com a receção do autarca de Quelimane no aeroporto local, após uma visita ao exterior.

"Bloquearam-nos literalmente, lançaram gás lacrimogéneo à nossa frente, lançaram gás atrás de nós, à nossa esquerda e lançaram gás à nossa direita", confirmou à Lusa, o presidente do município de Quelimane, Manuel de Araújo.

Moçambique, e sobretudo Maputo, vivem paralisações de atividades e manifestações convocadas desde 21 de outubro pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais, anunciados pela CNE e que dão vitória a Daniel Chapo e à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

Mondlane pediu um novo período de manifestações nacionais em Moçambique, com inicio esta quarta-feira, em todas as capitais provinciais, incluindo Maputo, e alargado aos portos, às fronteiras do país, e aos corredores de transporte que ligam estas infraestruturas, apelando à adesão dos camionistas contestando o processo eleitoral.

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