RENAMO recua após ocupação do posto administrativo de Chemba
26 de abril de 2016 O principal partido da oposição em Moçambique tentou, na manhã de segunda-feira (25.04.), ocupar o posto administrativo de Chemba, na província Sofala, centro de Moçambique.
"Homens armados da RENAMO tentaram ocupar o posto administrativo de Chemba, mas foram imediatamente rechaçados pela polícia e decorrem ações para neutralizar estes indivíduos", disse Inácio Dina, porta-voz da polícia moçambicana, durante a conferência de imprensa de balanço semanal das atividades policiais.
De acordo com moradores locais citados pela imprensa, cinco homens armados do maior partido da oposição em Moçambique assaltaram, na manhã de segunda-feira, a sede de Chiramba, posto administrativo de Chemba, tendo mantido refém o chefe da área.
"Eram 7:45 horas (hora de Moçambique) quando fortes disparos começaram em frente ao posto administrativo, onde o chefe acabava de entrar uns 15 minutos antes", disse à agência Lusa um morador que presenciou o incidente, acrescentando que posteriormente o grupo "capturou professores, enfermeiros e a população para avisar que tomou o controlo da zona".
Além de invadir a sede da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder há 40 anos, e de retirar a bandeira do partido, segundo o morador, o grupo tomou o controlo do posto policial local, depois de expulsar o único agente que estava de serviço.O porta-voz da Polícia moçambicana disse ainda na conferência de imprensa que a situação está controlada pelas autoridades, referindo que "a vida do distrito continua" e que a polícia está no terreno para garantir a segurança das comunidades.
"A situação está controlada", reiterou Inácio Dina, acrescentando que, apesar da troca de tiros entre a polícia e os homens armados da RENAMO, não houve registo de vítimas mortais nem de feridos.
Recorde-se que Moçambique vive uma crise política e militar caraterizada por confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da RENAMO e ataques em vários troços das principais estradas do país, na região centro, atribuídos pelas autoridades ao partido de oposição.
A crise foi desencadeada pela recusa da RENAMO em reconhecer a derrota nas eleições gerais de 2014 e pela sua exigência de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas urnas.