República Centro-Africana domina as atenções dos jornalistas
29 de novembro de 2013 O diário Berliner Zeitung comenta o empenho do governo francês que anunciou que vai enviar mil soldados para estabilizar a República Centro-Africana.
Os franceses intervieram na Líbia, no Mali e agora na República Centro-Africana. A França exibe a sua bandeira no continente africano, enquanto os Estados Unidos parecem ter perdido energia e vontade de intervir. O ministro francês da defesa, Jean-Yves Le Drian, já anunciou que a França quer assumir as suas responsabilidades no palco internacional. O objetivo desta próxima intervenção é contribuir, sob égide da ONU, para que os antigos rebeldes do grupo Séléka não prossigam com a sua agenda de destruição da ordem na República Centro-Africana. O governo francês tenta assim ganhar pontos a nível internacional, pontos esses que vai perdendo, no campo económico, dentro da própria França.
França assume as suas responsabilidades em África
O jornal die tageszeitung também se debruça-se sobre a República Centro-Africana:
Neste país reina o caos, desde que a coligação dos grupos rebeldes "Séleka", palavra que significa "aliança", tomou o poder. Mas, como era de esperar, o presidente Michel Djotodia não conseguiu formar um governo capaz de administrar o país. Mais de 7mil soldados da Séléka vagabundeiam pelas ruas da capital Bangui sem tarefa oficialmente definida. Muitos deles cometem crimes. A esmagadora parte da população de, ao todo, 4 milhões e 600mil cidadãos vive com dificuldades. Já foram formados grupos de milícias, os chamados "anti-balaka" (anti-catana), com o objetivo de combater os grupos anárquicos da Séleka.
O jornal Neue Zürcher Zeitung, editado na cidade suiça de Zurique, escreve:
O perigo de genocídio é real. Existem na República Centro-Africana mais de 5mil crianças-soldado. Urge, portanto, que a ONU dê o seu aval para que a França possa, de facto, reforçar o seu contingente de 500 homens que já está naquele país.
Líbia palco de confrontos com islamistas
Na Líbia voltaram a eclodir confrontos militares entre o exército oficial e vários grupos islamistas. O die tageszeitung fala de muitos mortos e feridos.
O principal palco dos confrontos é a região de Benghazi, a cidade onde começou a revolução contra o ex-ditador Muamar Kadhafi. Mais de cem membros das forças oficiais de segurança foram já mortos ao longo dos últimos meses, por extremistas pertencentes aos islamistas do Ansar Ashariaa. As forças de segurança e a população têm poucos meios para se oporem: homens armados limitam-se a formar barreiras nas estradas de acesso à zona leste de Benghazi para impedir a chegada de reforços para o Ansar Ashariaa.
África avança graças às tecnologias digitais
A revista Der Spiegel publica uma reportagem com o título "Silicon Savannah", afirmando que África está no bom caminho no que diz respeito ao aproveitamento das novas tecnologias.
As camadas mais jovens no continente africano estão cada vez melhor praparadas para vencer os desafios num mundo global. O telemóvel e a internet conquistaram o continente africano. Muitos jovens especialistas africanos já se dedicam ao desenvolvimento de software e programas. E muitos são bem sucedidos. África tem mais de 900 milhões de habitantes, metade dos quais com menos de 15 anos de idade. Não é pois de admirar que já haja mais telemóveis em África do que em toda a América do Norte. Em países como o Quénia ou o Gana já há uma camada de profissionais que se movimenta e faz negócios com as tecnologias digitais, a nível global.