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PolíticaRepública Democrática do Congo

RDC alerta para "ações contra a segurança do Estado"

AFP | Lusa | mjp
9 de fevereiro de 2022

Presidência da RDC diz que investigações apontam "sérios indícios de ações contra a segurança nacional", mas pediu calma à população. Anúncio é feito dias depois da detenção do conselheiro de segurança François Beya.

DR Kongo Präsident Felix Tshisekedi
Foto: Giscard Kusema/Präsidentschaftspresse der Demokratischen Republik Kongo

O porta-voz do Presidente da República Democrática do Congo (RDC) disse esta terça-feira (08.02), após a prisão do conselheiro de segurança François Beya, que os investigadores têm "sérios indícios" de ações contra a segurança nacional.

Num comunicado lido na televisão nacional RTNC, Tharcisse Kasongo Mwema acrescentou que as "investigações continuam e estão a ser realizadas a vários níveis", vincando que não será tolerada "qualquer tentativa de descredibilização das instituições".  

O conselheiro François Beya, considerado uma figura poderosa na RDC, foi detido no sábado, enquanto Tshisekedi participava na cimeira da União Africana em Addis Abeba. A detenção deu origem a protestos e levantou receios de instabilidade e rumores de uma tentativa de golpe de Estado. Até ao momento, as autoridades não avançaram qualquer informação sobre o caso.

Fonte das forças de segurança citada sob anonimato pela agência de notícias France Presse adianta que Beya era "suspeito de querer tentar algo na ausência do chefe de Estado", no fim de semana.

"Esta é uma questão de segurança do Estado. Uma questão da competência exclusiva da ANR [agência nacional de informação]. Não é hábito esta agência comunicar as suas atividades", explicou o porta-voz da Presidência, notando que existem "sérios indícios de ações contra a segurança nacional".

Tharcisse Kasongo MwemaFoto: Giscard Kusema

Tolerância zero para a desestabilização

"Não serão toleradas quaisquer tentativas de desestabilização das nossas instituições democráticas", acrescentou. Na declaração, a Presidência apelou ainda à população para que mantenha a calma, garantindo que "a situação está controlada".

Mwema pediu ainda população que esteja "vigilante e evite dar crédito a falsas especulações divulgadas por pessoas mal intencionadas nos meios de comunicação social e nas redes sociais".

"As indicações são suficientemente sérias e não apontam para outras considerações de natureza tribal, clã ou regional", acrescentou.

Soldados congoleses na província de Kivu Norte.Foto: Alain Wandimoyi/AFP

A República Democrática do Congo tem uma longa história de violência política e étnica. A prisão do principal conselheiro de segurança acontece numa altura em que o Governo congolês luta para pôr fim ao sangrento conflito no leste do país, onde grupos armados combatem há quase um quarto de século.

Em maio do ano passado, Tshisekedi colocou as províncias de Kivu Norte e Ituri sob "estado de sítio". Na terça-feira, um deputado local do partido da Frente Comum do Congo (FCC) que apoia o ex-Presidente Joseph Kabila foi preso em Kivu Norte, acusado de incitar à desobediência contra o estado de sítio. Outro deputado provincial foi detido em Goma no domingo, em circunstâncias semelhantes.

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