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Reservas internacionais líquidas de Moçambique diminuem

Leonel Matias (Maputo)28 de outubro de 2015

Banco Central de Moçambique reconhece que a dívida pública e falta de divisas estão a pressionar as reservas internacionais. Dados recentes indicam que as exportações recuaram e a dívida externa se agravou.

Mosambik – Zuschuss für Essen für Rentner
Foto: DW/C. Fernandes

As reservas internacionais líquidas de Moçambique registaram uma queda de 585 milhões de dólares até setembro deste ano. Passaram para dois mil e trezentos milhões de dólares, o equivalente a três ou quatro mêses de cobertura de importação de bens e serviços.

O porta-voz do Banco Central, Waldemar de Sousa, disse que, no entanto, o serviço da dívida no primeiro semestre cresceu, em 116 milhões de dólares, comparado com igual período do ano passado. E aponta as razões para este cenário:

“A menor disponibilidade de divisas no mercado cambial moçambicano resulta em menores exportações, devido à tendência geral da baixa nos preços das mercadorias. Ainda assim as nossas reservas internacionais foram chamadas para acudir à fatura dos combustíveis numa maior proporção quando comparado com o ano anterior”.

Ajuda externa dos parceiros diminuiu

Waldemar de Sousa acrescentou que, em 2015, o país não beneficiou de entradas de impostos de mais valias, quando em 2014 havia recebido 520 milhões de dólares de receitas.Disse ainda que a ajuda externa dos parceiros de cooperação recebida até junho recuou onze milhões de dólares comparativamente a igual período do ano passado. O investimento direto estrangeiro também caíu em 396 milhões de dólares durante o mesmo período.

Metical desvaloriza-se em relação ao euro e ao dólar

O Banco de Moçambique revelou ainda que, devido a conjuntura de choques a que a moeda nacional, o metical, tem estado sujeita, a mesma desvalorizou em relação ao dólar, ao euro e a outras moedas. “Até ao mês de outubro, o metical registou uma depreciação anual de 45% em relação ao dólar americano, e cerca de 18.7% contra o euro”, sublinhou o porta-voz.

Apesar deste cenário, o Banco Central mantêm as previsões de inflação para o corrente ano na ordem de 5%. Mas disse haver "sinais claros” de que estes números poderão subir no próximo ano, devendo superar a média dos últimos três anos.Waldemar de Sousa alertou que, como consequência disso, o país poderá enfrentar no primeiro trimestre do próximo ano um aumento dos preços de bens e serviços, incluindo da tarifa dos transportes semicolectivos de passageiros.

Para atenuar a situação, o Banco Central decidiu “com efeitos imediatos, ajustar as taxas de intervenção no mercado monetário interbancário, subindo a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez, a taxa permanente de depósitos e ajustando em alta o coeficiente de reservas obrigatórias”- revelou Waldemar de Sousa.

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Caixa eletrónica de um banco no aeroporto de MaputoFoto: DW/J. Beck
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