Restos mortais de Patrice Lumumba enterrados em Kinshasa
30 de junho de 2022"De agora em diante, descanse em paz", disse o Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo) durante uma cerimónia solene, na qual Félix Tshisekedi dirigiu-se diretamente ao caixão com os restos mortais do antigo combatente congolês.
"Agradeço-lhe, senhor primeiro-ministro, o nosso herói nacional", disse o chefe de Estado, citado pela agência France-Presse, acrescentando: "Que a terra dos nossos antepassados seja doce e leve para vós".
Pouco depois, o caixão foi levado para um mausoléu de betão e vidro, encimado por uma imponente estátua de Lumumba, erguida na avenida com o seu nome e que vai ter ao aeroporto internacional de Kinshasa.
Mais de 61 anos após ter sido assassinado, o caixão de Patrice Lumumba regressou na semana passada ao seu país depois da Bélgica ter devolvido à RDCongo um dente, o único resto mortal do herói da independência, tendo depois viajado por várias cidades emblemáticas da sua vida
Primeiro chefe do Governo do antigo Congo belga, que se tornou independente em 30 de junho de 1960 (ex-Zaire e atual RDCongo), Patrice Lumumba foi deposto em meados de setembro do mesmo ano por um golpe de Estado.
Foi executado em 17 de janeiro de 1961 com dois irmãos de armas por separatistas da região de Catanga, no sul da RDCongo, com o apoio de mercenários belgas.
O seu corpo, desmembrado e dissolvido em ácido, nunca foi encontrado, restando apenas o dente restituído, que foi guardado por um polícia belga como recordação e apreendido pela justiça belga à sua filha em 2016.
A restituição da relíquia ocorreu depois de Filipe, rei dos Belgas, ter expressado oficialmente no início deste mês arrependimento pelos abusos do seu país no Congo quando era uma colónia.