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Música

Ritmos dos PALOP agradam a europeus

13 de abril de 2017

O Atlantic Music Expo, em Cabo Verde, é um espaço de intercâmbio entre fazedores e consumidores de música de todo o mundo. A maior feira da música da África Ocidental terminou na quarta-feira, mas os contactos ficam.

Foto: picture-alliance/dpa

Mais de 40 grupos e artistas cabo-verdianos e estrangeiros atuaram neste encontro internacional de profissionais da música, onde, além de concertos, também há conferências, formações, feiras e muita troca de experiências.

Este ano, na quinta edição, estiveram presentes representantes e músicos de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Portugal, Brasil, Alemanha, Gabão, Mali, Gana, Marrocos, Comores, República Democrática do Congo, ilhas Reunião, Haiti, Espanha, Canadá, EUA e França.

O Atlantic Music Expo (AME) tem sido uma oportunidade para um maior intercâmbio entre artistas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e produtores alemães.

Até aqui, o mercado musical europeu tem dado espaço sobretudo a músicos africanos francófonos e anglófonos, mas o número de aficionados pelas músicas e géneros musicais dos PALOP está a aumentar, segundo Christine Semba, da Piranha Arts Womex, uma das parceiras do AME.

"Na Alemanha, a música de Moçambique, Angola e Cabo Verde é pouco conhecida", diz. "A nossa ideia é, através destes encontros de músicos, artistas e produtores conhecermos os seus trabalhos discográficos."

Digressão

Este intercâmbio entre músicos e produtores lusófonos e alemães deverá resultar numa digressão à Alemanha, daqui a poucos meses, admite Francis Gay, da rádio WDR Cosmo. "Acredito que a música lusófona tem muitas hipóteses de fazer parte dessa nova globalização musical", afirma Gay.

Dino D’Santiago, cantor e compositor cabo-verdiano Foto: Georg Staniszewski

O plano resulta de um projeto denominado Lusafro, que promove o intercâmbio entre profissionais da lusofonia e da Alemanha, estão os Gato Preto de Moçambique, DJ Mavox de São Tomé de Príncipe, Tony Amado, uma referência do género Kuduro, Hélio Batalha, Batchart, Dino D’Santiago, Alberto Koenig, Fatú Djakite e Ceuzany de Cabo Verde.

A estes e outros artistas, Christine Semba tem passado a mensagem de que ter boa música é essencial, mas, acima de tudo, é preciso construir uma relação de confiança com os produtores e organizadores de eventos.

"Se os artistas ou o seu agente não fizerem um trabalho profissional, ter boa música não será suficiente. Há que perceber como funciona o mercado da música e o mais importante de tudo é construir uma relação de confiança", explica.

Um sucesso

Ritmos dos PALOP agradam a europeus

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O jornalista alemão Francis Gay gostou da quinta edição do AME: "Cabo Verde não é um arquipélago normal, é um lugar de encontros, de muitas influências musicais, uma terra fértil."

No início do AME, diz, "as pessoas não entendiam o que é um mercado da música, agora já sabem que é muito mais do que artistas a tocarem nas ruas, pois consegue congregar muitos profissionais da música, representantes de festivais de todo o mundo, editoras, agentes, jornalistas."

Paulo Chibanga veio a Cabo Verde preparar o festival AZGO que acontece em 2018, em Moçambique e também gostou do que viu. "Para nós, Cabo Verde é cabeça de cartaz", diz Chibanga. O AME foi uma "oportunidade para estarmos com os artistas numa primeira fase antes de chegarem a Moçambique."

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