O argelino Riyad Mahrez foi eleito melhor futebolista africano de 2016, distinção que premeia a brilhante época de 2015/16 que protagonizou ao serviço do Leicester, inesperado campeão de Inglaterra.
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Riyad Mahrez, entrou na história do futebol argelino nesta quinta-feira (05.01), em Abuja, ao ser eleito o Jogador Africano de 2016 pela CAF-Confederação Africana de futebol e especialistas do futebol e da comunicação social.
Na sua primeira reação, Mahrez disse aos jornalistas que "é para mim uma honra muito particular receber este galardão. Estou muito contente e feliz. Agradeço aos meus colegas da equipa argelina bem como todas as pessoas que me apoiaram”.
O médio ofensivo de 25 anos superou o gabonês Pierre-Emerick Aubameyang, incontornável artilheiro dos alemães do Borussia Dortmund, vencedor do prémio no ano anterior (2015), e do avançado senegalês Sadio Mané, do Liverpool.Aubameyang, já prometeu ser o melhor jogador em 2017. "Não estou dececionado e quero ser o melhor na próxima temporada”.
Quanto ao senegalês "a vitória é merecedia. Penso que venceu o melhor. Mahrez fez uma ótima temporada, ganhou vários troféus e por isso mereceu ser considerado o melhor de 2016”.
Quase 30 anos depois, a Argélia consegue conquistar uma terceira Bola de Ouro africana depois de Lakhdar Belloumi, em 1981, e de Rabah Madjer, em 1987.
Com 17 golos marcados na I Liga inglesa, Mahrez foi um dos pilares do Leicester, que conquistou o título contra todas as previsões e superando as grandes equipas candidatas.
Eusébio: O primeiro rei africano do futebol
O moçambicano Eusébio da Silva Ferreira, também conhecido por Eusébio, foi o primeiro africano a tornar-se uma estrela de futebol em todo o mundo. A passagem pelo Benfica e pela seleção portuguesa fizeram dele uma lenda.
Foto: F.Leon/AFP/GettyImages
Homenagem tardia para o craque
O moçambicano Eusébio é considerado a primeira super-estrela africana do futebol. Graças aos seus inúmeros golos, o Benfica de Lisboa venceu os maiores sucessos da história do clube. Da mesma sorte beneficiou a seleção nacional portuguesa, que com Eusébio viveu nos anos 60 do século passado o primeiro auge. Ainda assim, demorou para que o trabalho do jogador fosse reconhecido em Portugal.
Foto: picture-alliance/Pressefoto UL
Eusébio, o Pelé africano
Eusébio é considerado um dos três melhores jogadores de futebol do século passado, juntamente com o brasileiro Pelé (à esquerda) e com o alemão Franz Beckenbauer. Nasceu numa família pobre, em 1942, e cresceu em Maputo, quando a cidade ainda se chamava Lourenço Marques, sob o domínio colonial português. Aos 17 anos começou a jogar no Sporting de Lourenço Marques.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Benfica, o clube do coração
Quando se mudou para Portugal em 1960, Eusébio não começou a jogar, tal como se esperava, pelo Sporting de Lisboa, o clube-mãe do Sporting de Lourenço Marques. Eusébio integrou, precisamente, a equipa rival, o Sport Lisboa e Benfica. A operação da contratação foi mantida em segredo. Anos depois do fim da sua carreira enquanto jogador, Eusébio continuou ativo como conselheiro do clube.
Foto: picture-alliance/dpa
No topo da Europa
Eusébio colocou o Benfica no topo do futebol europeu. A equipa chegou várias vezes à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, o precursor da Liga dos Campeões. Em 1962, o Benfica de Eusébio chegou mesmo a vencer o troféu. Porém, na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 1968, no Estádio de Wembley (foto), o Benfica perdeu frente ao Manchester United por 1:4, já no prolongamento.
Foto: picture-alliance/dpa
Mundial de 1966: O maior sucesso português
Pode dizer-se que foi graças a Eusébio que Portugal chegou em 1966 ao terceiro lugar do Campeonato Mundial de Futebol, o melhor resultado de sempre da seleção das quinas na competição. Esta foi também a primeira participação de Portugal no Mundial. O país falhou a final, ao perder nas meias-finais - na foto - por 2:1 contra a Inglaterra, a 26 de julho de 1966, no Estádio de Wembley, em Londres.
Foto: picture-alliance/dpa
Brasil e Pelé no chão
No Mundial de 1966: O brasileiro Pelé está ferido no chão e Eusébio procura reconfortá-lo. Neste jogo, Portugal venceu o Brasil por 3:1, com dois golos de Eusébio, afastando a equipa sul-americana na fase de grupos. A partida, disputada no estádio Goodison Park, em Liverpool, levou Portugal a sair das eliminatórias como primeiro do grupo. Com nove golos, Eusébio foi o melhor jogador do campeonato.
Foto: picture-alliance/dpa
Quatro golos decisivos contra a Coreia do Norte
Eusébio tornou-se uma lenda viva em 1966. A 23 de julho, Portugal jogava contra a Coreia do Norte e perdia por 3:0. Mas quatro golos do "Pantera Negra", como também ficou conhecido, inverteram o sentido do jogo. Portugal derrotou a equipa asiática por 5:3 e apurou-se para a semifinal. Na foto, Eusébio bate o guarda-redes norte-coreano Lee Chang-myung.
Foto: picture-alliance/dpa
Lesões
Na foto, durante o jogo contra a Hungria, a 13 de julho de 1966, em Manchester, Eusébio é atingido na cabeça. Porém, Portugal acabou por ganhar por 3:1. Ao longo da carreira, Eusébio sofreu vários problemas, especialmente depois de deixar o Benfica, em 1975, e jogou para clubes mais pequenos em Portugal e, mais tarde, no Canadá, Estados Unidos e México. Muitas vezes, estava fora de forma.
Foto: picture-alliance / United Archives/TopFoto
Bota de Ouro
Eusébio (esquerda) recebe a "Bota de Ouro", a 16 de setembro de 1968, como melhor jogador da Europa. O húngaro Antal Dunai recebeu a de prata. No total, Eusébio marcou 1137 golos durante a sua carreira profissional. A sua reputação é conotada, provavelmente, com menos elegância do que a de Pelé ou Beckenbauer, mas Eusébio é hoje considerado o melhor jogador de Portugal de todos os tempos.
Foto: picture-alliance/dpa
Embaixador de Portugal
Eusébio com o ex-técnico da seleção alemã, Jürgen Klinsmann, no Campeonato da Europa de 2004, em Portugal. Depois da carreira de jogador, Eusébio trabalhou quase sempre ao serviço do futebol português. O antigo jogador acompanhava a equipa portuguesa como assistente técnico. Apesar da fama generalizada, os companheiros descrevem-no como uma pessoa humilde e com os pés no chão.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Despedida no Estádio da Luz
A poucos dias de completar 72 anos, Eusébio morreu de madrugada, a 5 de janeiro de 2014, vítima de insuficiência cardíaca. A estátua de bronze que eterniza o antigo jogador à porta do Estádio da Luz, em Lisboa, e que foi descerrada há quase 22 anos, é o palco privilegiado de todas as homenagens ao avançado que inscreveu o seu nome na lista dos melhores futebolistas de sempre.