É nos momentos certos que aparece. Ronaldo faz a diferença, marca, galvaniza, apura a sua equipa, bate recordes e anseia por novas conquistas. Que mais se pode pedir a um jogador de futebol?
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150 jogos e 120 golos: Cristiano Ronaldo, "o extraterrestre", o "monstro", "a lenda” ou, simplesmente, o melhor marcador da Liga dos Campeões, continua a superar-se e a reinventar-se, aos 34 anos de idade.
O avançado português, que esta época trocou (após nove anos de "fidelidade") o Real Madrid pela Juventus, prometeu aos mais próximos marcar três golos no jogo frente ao Atlético de Madrid. Era a conta necessária para a "vecchia signora" dar a volta a uma péssima apresentação em Madrid (derrota por 2-0) e seguir em frente na competição que há muito tenta conquistar.
Para CR7, que ganhou as três últimas edições da prova milionária da UEFA e já vai em cinco conquistas (procura a sexta para igualar Gento, o único jogador da história que conquistou meia dúzia de títulos máximos do futebol europeu de clubes), a edição deste ano, mais do que um desafio, significa uma aposta pessoal: ao mudar-se para Turim confere à equipa alvinegra a mais-valia que Agnelli e Allegri procuravam, o trunfo decisivo para os momentos complicados, a alma suplementar que pode tocar o céu.
A noite desta terça-feira, em Turim, mostrou o melhor Cristiano: com raça, foco, senhor de uma intuição única e, sobretudo , a dizer "presente" quando a equipa precisava verdadeiramente dele. Dois golos de cabeça e um de grande penalidade, já próximo do final do encontro, foram a resposta fria a Florentino Pérez, com quem as relações do jogador madeirense esfriaram significativamente, a ponto de ter forçado claramente - com o apoio do seu empresário de sempre, Jorge Mendes - a saída de Santiago Bernabéu. E, numa eliminatória em que o Real Madrid foi estrondosamente afastado da Liga dos Campeões pelos jovens holandeses do Ajax, a conquista da Juventus perante o Atlético de Madrid ganha uma ironia especial.
Ronaldo, um jogador de recordes
Acumula números excecionais e não se prevê quando possa abrandar. Assim é o jogador nascido no Funchal e lançado pelo Sporting no futebol profissional. Olhemos os números, que falam por si…
Melhor marcador das competições de clubes da UEFA, com 124 golos;
Goleador máximo da Liga dos Campeões, com 122 golos;
Melhor marcador de uma temporada na Liga dos Campeões, com 17 golos em 2013/2014;
Mais finais da Liga dos Campeões ganhas (cinco);
Único jogador que marcou em três finais da Liga dos Campeões;
Único jogador que marcou nos seis jogos da fase de grupos da competição;
Único jogador a marcar em onze jogos consecutivos da Liga dos Campeões;
Melhor goleador de sempre do Real Madrid: 450 golos;
Mais vezes considerado Jogador do Ano para a UEFA (quatro);
Mais "Bolas de Ouro" (cinco, em conjunto com Lionel Messi);
Ronaldo e Messi: haverá reencontro?
Numa temporada em que também Lionel Messi parece regressar ao apogeu da sua forma com a camisola do Barcelona (embora, com a mudança de Cristiano para Itália, se tenham perdido os duelos diretos entre os astros argentino e português), as próximas semanas serão de acesa competição: a Champions League será o grande objetivo dos dois astros (que até se pode encontrar antes da final, se os sorteios assim o ditarem…), mas as respetivas ligas domésticas continuam a ser igualmente fundamentais. E se o Barcelona domina La Liga, a Juventus é rainha e senhora da Serie A.
Portanto, mais um ano a ganhar (quase) tudo e, na perspetiva do "internacional" português, com a possibilidade adicional de vencer também a edição inaugural da Liga das Nações, uma vez que a sua seleção está apurada para a "final four", em junho.
Champions League: 16 equipas, 16 figuras
Estão a chegar os oitavos de final da Liga dos Campeões. São 16 equipas, de sete países, que representam o melhor do futebol europeu. Em cada uma delas, quem pode, de facto, fazer a diferença?...
Foto: Reuters/E.Keogh
Ajax (Holanda) - Matthijs de Ligt
Aos 19 anos, é dos mais promissores e cobiçados talentos do futebol mundial. Defesa central na linha de Beckenbauer. Um astro em potência.
Foto: Getty Images/AFP/O. Kraak
Atlético Madrid (Espanha) - Diego Costa
Tem tanto de mau feitio como de bom jogador. O hispano-brasileiro continua a ser uma das referências do ataque "colchonero", juntamente com o francês Antoine Griezmann. Uma dupla temível para qualquer defesa.
Foto: Getty Images/AFP/G. Bouys
Barcelona (Espanha) - Lionel Messi
Para muitos, o astro dos astros. Lionel Messi parece regressar, nesta fase da temporada, ao esplendor exibicional dos bons velhos tempos. Sozinho resolve um jogo, e os catalães também contam com isso.
Foto: picture-alliance/D. Klein
Bayern Munique (Alemanha) - Robert Lewandowski
Senhor de uma regularidade impressionante, o avançado polaco continua a dar cartas no ataque dos campeões alemães. Servido por uma "mannschaft" impressionante, é uma seta apontada às balizas adversárias.
Foto: Reuters/R. Orlowski
Borussia Dortmund (Alemanha) - Marco Reus
Está em "ponto de rebuçado", o "internacional" alemão. Numa fase importante da carreira, é referência e voz de comando no líder da Bundesliga, que pretende igualmente "atacar" a Europa do futebol.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Juventus (Itália) - Cristiano Ronaldo
O avançado português protagonizou a transferência do ano, e quer, na Juventus, conquistar o que conseguiu no Manchester United e no Real Madrid. A "vecchia signora" tem andado perto, na Liga dos Campeões, mas espera agora, com a chegada do jogador madeirense, ganhar a prova.
Foto: Reuters/J. Lorenzini
Liverpool (Inglaterra) - Mohamed Salah
O egípcio é um quebra-cabeças para os adversários: veloz, imprevisível, repentista, com uma fina técnica e um apurado sentido de baliza. Jürgen Klopp e o Liverpool contam com ele para regressarem às grandes glórias europeias.
Foto: Reuters/J. Super
Olympique Lyon (França) - Anthony Lopes
O guarda-redes "internacional" português pediu escusa, nesta fase da carreira, de convocatórias para a seleção campeã da Europa, justamente para se concentrar no trabalho ao serviço do seu clube. "Outsider" na Liga dos Campeões, o clube francês pode lucrar com isso, e tem em Lopes um dos principais trunfos.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Manchester City (Inglaterra) - Bernardo Silva
O jovem português não tem parado de escutar rasgados elogios por parte do seu treinador. Pep Guardiola reconhece em Bernardo qualidade únicas, que têm, de resto, sido muito importantes para a recuperação don City na Premier League. As mesmas qualidades que os "citizen" esperam ver confirmadas na prova milionária.
Foto: Reuters/A. Yates
Manchester United (Inglaterra) - Paul Pogba
O médio francês, desde a saída de José Mourinho do comando técnico dos "red devils", assumiu todo o protagonismo. Parece saído da hibernação. Agora com Solskjaer ao leme, Pogba é um trunfo dourado no meio-campo do United, e quer juntar o título de campeão europeu de clubes ao de campeão do mundo de seleções.
Foto: picture-alliance/empics/D. Klein
Paris Saint-Germain (França) - Edinson Cavani
O ponta-de-lança uruguaio assume clara preponderância na equipa comandada por Thomas Tuchel, sobretudo com a lesão de Neymar. Desta forma, Cavani reúne em si a esperança parisiense de, finalmente, poder chegar muito longe na Liga dos Campeões.
Foto: Imago/Zumapress/M. Taamallah
FC Porto (Portugal) - Iker Casillas
O mais experiente jogador do grupo de trabalho do campeão português é, também, a grande reserva de qualidade que pode fazer a diferença. Correndo "por fora", o FC Porto confia no "internacional" espanhol muito mais do que a simples defesa das suas redes: espera que ele comande todo o grupo, do alto da sua imensa experiência internacional.
Foto: picture-alliance/G. Kirchner
Real Madrid (Espanha) - Luka Modric
O croata, considerado melhor jogador do mundo de 2018, apresenta-se como a clara mais valia de um Real Madrid ainda não completamente recuperado da saída de Cristiano Ronaldo. Modric alimenta do jogo "merengue", é a referência do meio-campo ofensivo do Real, e pode fazer a diferença em jogos de grande equilíbrio.
Foto: Reuters/A. Boyers
AS Roma (Itália) - Edin Dzeko
Homem de sete vidas, o "internacional" bósnio continua a superar-se ao serviço da equipa romana. Felino, experiente, rápido, exige permanentes cuidados dos defensores contrários, e é uma mais-valia inequívoca numa equipa cuja temporada doméstica tem deixado muito a desejar...
Foto: Reuters/A. Bianchi
Schalke (Alemanha) - Daniel Caligiuri
Um trabalhador de equipa mas, acima de tudo, um jogador polivalente, inteligente, excelente em termos posicionais. Um trunfo de Domenico Tedesco e do conjunto de Gelsenkirchen para o ataque à fase eliminatória da UEFA Champions League.
Foto: Imago/Jan Huebner
Tottenham (Inglaterra) - Harry Kane
O melhor ponta-de-lança atual no futebol inglês é, igualmente, a estrela do conjunto londrino. Harry Kane está a atingir o momento ideal na sua carreira, e espera poder cumprir o sonho de levar os "spurs" o mais longe possível na competição.