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PolíticaSão Tomé e Príncipe

São Tomé: ADI reivindica maioria absoluta no parlamento

Lusa
29 de setembro de 2022

O partido ADI foi a força política mais votada nas eleições autárquicas e regional. Reivindica agora a maioria absoluta no parlamento.

São Tomé e Príncipe: Campanha Eleitoral Parlamentar do partido ADI
ADI reivindica maioria absoluta no parlamentoFoto: Ramusel Graça/DW

A Ação Democrática Independente (ADI), partido liderado pelo ex-primeiro-ministro são-tomense Patrice Trovoada, venceu três das seis autarquias de São Tomé, incluindo a capital, Água Grande, nas eleições de domingo (25/09), segundo dados provisórios da Comissão Eleitoral Nacional(CEN).

Os dados fornecidos à agência de notícias Lusa indicam que o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) do primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, perdeu o poder em todas as cinco câmaras que tinha desde 2018.

Conquista da ADI inclui a capital da Água Grande

Na Câmara Distrital de Água Grande, com um total de 15 mandatos, a ADI conquistou 14 mandatos e o MLSTP/PSD conquistou apenas um, perdendo a presidência.

A ADI também revalidou a liderança na Câmara Distrital de Mé-Zóchi, segundo distrito mais populoso, com um total de 12 mandatos, enquanto o MLSTP/PSD conquistou apenas um.

O partido ADI foi a força política mais votada nas eleições, eleições autárquicas e regionaFoto: Ramusel Graça/DW

No distrito de Lembá, no norte da ilha de São Tomé, a ADI conquistou seis mandatos e o MLSTP/PSD obteve três. O Movimento de Cidadãos Independentes, Partido Socialista, conhecido como Movimento de Caué, em coligação com o Partido de Unidade Nacional (MCI/PS-PUN), conquistou os nove mandatos da Câmara Distrital de Caué.

No distrito de Cantagalo houve um empate de cinco mandatos entre a ADI e MLSTP/PSD, enquanto o MCI/PS-PUN alcançou um mandato. Em Lobata, a ADI conquistou cinco dos onze mandatos, enquanto o MLSTP/PSD e o movimento Basta ficaram com três mandatos para cada um. Ao todo a ADI alcançou 42 mandatos, o MLSTP/PSD 13, o MCI/PS-PUN 10 e o movimento Basta conquistou apenas três, num total de 68 assentos distribuídos pelas seis câmaras distritais da ilha de São Tomé.

Segundo o mapa de apuramento da CEN, dos 102.645 eleitores inscritos, foram registados 72.486 votantes (70,62%). Na Região Autónoma do Príncipe, num total de nove mandatos, a União para Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP) conquistou seis e o Movimento Verde para o Desenvolvimento do Príncipe (MVDP) conquistou três.

O primeiro-ministro Jorge Bom Jesus apelou à calma Foto: J. Carlos/DW

Partidos aguardam  pela distribuição provisória dos mandatos

As eleições autárquicas e regional foram realizadas no domingo em simultâneo com as legislativas. O partido ADI foi a força política mais votada e reivindica agora a maioria absoluta de 30 dos 55 assentos no parlamento.

Até ao momento, nem a CEN, nem as Assembleias de Apuramento Distritais fizeram a distribuição provisória dos mandatos, remetendo a decisão para o Tribunal Constitucional em sede de apuramento definitivo, que se inicia na segunda-feira.

Na quarta-feira, o presidente da ADI, Patrice Trovoada, pediu ao Governo são-tomense que cumpra o acordo assinado com a União Europeia para que os seus observadores acompanhem o apuramento dos resultados finais no Tribunal Constitucional.

"Eu peço ao primeiro-ministro para que a palavra, ou seja a assinatura de São Tomé e Príncipe seja respeitada, e que seja permitido àUnião Europeia, a quem nós consideramos uma garantia da regularidade do processo, participar na fase final  no Tribunal Constitucional", disse Patrice Trovoada.

Trovoada exortou o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, a reconhecer a derrotado MLSTP/PSD "o mais rapidamente possível", para apaziguar o clima social.

Jorge Bom Jesus, já havia advertido que "nenhum cidadão ou partido político deve pretender substituir as instituições do Estado", apelando à calma enquanto as autoridades avaliam "algumas irregularidades" detectadas nas eleições de domingo.

O chefe do executivo são-tomense garantiu que "a autoridade do Estado não será colocada em causa" e advertiu que as forças de segurança poderão intervir em caso de necessidade.

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