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Direito e JustiçaSão Tomé e Príncipe

São Tomé: Arranca julgamento sobre ataque ao quartel militar

Lusa
25 de setembro de 2023

Tribunal de primeira instância de São Tomé começa hoje a julgar o único civil acusado no processo de assalto ao quartel militar em novembro de 2022. Arguidos militares serão julgados em separado pelo tribunal militar.

Na madrugada de 25 de novembro, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que as autoridades classificaram como "tentativa de golpe de Estado"
Na madrugada de 25 de novembro, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que as autoridades classificaram como "tentativa de golpe de Estado"Foto: Ramusel Graca/DW

Bruno Afonso é o único sobrevivente entre os quatro homens acusados pelas autoridades de assaltar o quartel militar numa tentativa de golpe de Estado.

No despacho de quarta-feira em que admitiu a conexão dos processos do assalto ao quartel e o processo de homicídio de quatro homens, o magistrado Edmar Teixeira aponta o nº1 do artigo 21º. do código do processo penal, segundo o qual "responderão conjuntamente, no tribunal competente para o julgamento da infração mais grave, os agentes de diversos crimes cometidos na mesma ocasião reciprocamente ou por várias pessoas reunidas".

Neste sentido, Edmar Teixeira sublinhou que o processo de instrução preparatória dos dois processos tem como "infração mais grave" o homicídio que se encontra nos autos de instrução preparatória nº 77/2023.

Quanto a este processo, o magistrado sublinha que "por despacho datado de 20/09/23 foi declarada a incompetência do tribunal judicial civil para julgar delitos militares e, em consequência, ordenado a remessa dos mesmos ao Tribunal Militar".

Arlécio Costa, uma das vítimas mortais do assalto em novembro Foto: Ramusel Graça/DW

Oito arguidos no banco dos réus

No processo de assalto ao quartel de 25 de novembro de 2022 estão acusados oito arguidos, sete militares e um civil.

No processo dos homicídios, o Ministério Público são-tomense acusou 23 militares, incluindo o ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Olinto Paquete e o ex-vice-chefe do Estado-Maior, Armindo Rodrigues, pela tortura e morte de quatro homens no assalto ao quartel das Forças Armadas em novembro.

O MP pediu ainda a pena acessória de demissão das Forças Armadas para todos os acusados.

O processo contra o ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas Olinto Paquete foi arquivado em julho por falta de "indícios suficientes" da prática dos 14 crimes de que era acusado.

O ex-vice chefe de Estado Maior e o ex-comandante do exército, José Maria, que aguardam julgamento sob a acusação, "em autoria material, por omissão, com dolo eventual" de 14 crimes de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos graves e de quatro crimes de homicídio foram nomeados em julho, comandante da guarda costeira e inspector-geral das Forças Armadas, respetivamente.

 

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