STP: Comissão política do ADI expulsa presidente eleito
Lusa
26 de maio de 2019
Comissão política da Ação Democrática Independente, na oposição, decidiu expulsar 14 militantes, incluindo Agostinho Fernandes, eleito presidente do partido no sábado (25.05), num congresso que a comissão não reconhece.
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A "comissão política estatutária em efetividade de funções" do ADI, que se reuniu na sexta-feira (24.05) à noite, decidiu "expulsar das fileiras do partido" Agostinho Fernandes, Álvaro Santiago, Arlete Zeferino, Arlindo Ramos, Cecílio Quaresma, Ekneidy dos Santos, Hamilton Sousa, Ilza Amado Vaz, Levy Nazaré, Octávio Boa Morte, Olinto Daio, Pedro Carvalho, Vitorino do Rosário e Wadson Almeida, segundo a deliberação, citada pela agência de notícias Lusa.
Em causa está a decisão de "um grupo de militantes" que "optaram por não acatar a decisão do conselho nacional", tomada esta quinta-feira, de adiar, sine die, o congresso do partido – realizado no sábado (25.05) e destinado a eleger o presidente, após a autossuspensão do anterior líder, Patrice Trovoada, em novembro passado.
A decisão do conselho nacional surgiu depois de Patrice Trovoada, ausente do país há vários meses, ter enviado um vídeo a recomendar o adiamento do congresso.
Contatado pela Lusa, um elemento da candidatura de Agostinho Fernandes, também visado nesta decisão da comissão política, desvalorizou: "Não se reuniu a comissão política, tudo isto é ilegal", afirmou, indicando ainda não ter sido notificado.
Em declarações à Lusa, o líder parlamentar e membro da comissão política do ADI, Abenilde Oliveira, afirmou que o conselho nacional, "o maior órgão deliberativo do partido entre congressos", tinha decidido pelo adiamento do congresso previsto para hoje, uma deliberação que "deve ser acatada e respeitada por todos".
"Não entendemos porque é que alguns militantes decidiram avançar com o congresso", comentou.
"A comissão política, avaliando a gravidade deste posicionamento dos companheiros, que não acataram a decisão soberana do conselho nacional, decidiu aplicar a medida disciplinar mais gravosa", adiantou Abenilde Oliveira.
O líder parlamentar do ADI sublinhou que "a realização do dito congresso não tem qualquer efeito", comentando que no sábado participaram nessa reunião "pessoas que não são militantes do ADI e que foram pagas para irem ao congresso".
"Não nos revemos em Agostinho Fernandes, ele não é nosso presidente", salientou.
São Sebastião: A fortaleza que conta a história de São Tomé
Erguido contra os ataques dos corsários, no século XVI, o forte de São Sebastião defende hoje a história de São Tomé e Príncipe. Museu Nacional retrata os 500 anos da colonização portuguesa e a luta pela independência.
Foto: DW/Ramusel Graça
Um forte transformado em museu
Construído em 1545 pelos portugueses para defender a ilha dos corsários holandeses e franceses, o forte de São Sebastião, na baía de Ana Chaves, em São Tomé, é hoje o Museu Nacional. Um repositório da memória coletiva são-tomense que se espalha por diversas salas dedicadas à história e cultura do país, desde a escravatura à independência, passando pela agricultura e pela religião.
Foto: DW/Ramusel Graça
Os "guardiões" da fortaleza
As estátuas de João de Santarém, Pêro Escobar e João de Paiva guardam a entrada da fortaleza. São os nomes ligados ao descobrimento das ilhas de São Tomé, a 21 de dezembro de 1470, e do Príncipe, a 17 de janeiro de 1471. As estátuas foram retiradas das praças e jardins de São Tomé logo após a independência, em 1975.
Foto: DW/Ramusel Graça
Canhões contra as ameaças
Este é um dos canhões usados no forte de São Sebastião para defender a ilha dos ataques dos corsários nos séculos XVII e XVIII.
Foto: DW/Ramusel Graça
Marcas de 500 anos de colonização
No interior do forte, o acervo do Museu Nacional inclui marcas da história e da cultura do país, dominado pelos colonos portugueses durante 500 anos. Um exemplo é esta sala de jantar de uma roça, simbolizando a forma como viviam os antigos patrões das plantações de cacau e café, base da economia são-tomense até à independência. A loiça e talheres apresentam o brasão da roça.
Foto: DW/Ramusel Graça
Trabalhos forçados
No sentido contrário dos aposentos dos proprietários surge este quarto simbolizando a vida dos serviçais - naturais de Angola, Moçambique e Cabo Verde levados para São Tomé e Príncipe para trabalharem nas roças - e dos trabalhadores nativos "contratados". São Sebastião conta a história de São Tomé como entreposto de escravos e retrata os maus-tratos sofridos pelos trabalhadores.
Foto: DW/Ramusel Graça
Símbolos da resistência
Amador Vieira é uma das figuras históricas em destaque nas salas do Museu Nacional. Simboliza a luta contra a colonização portuguesa, depois de liderar a revolta dos escravos de 1595. A insurreição ficou marcada pelos combates contra as tropas do governador e pela destruição de infraestruturas e ferramentas usadas na exploração da cana do açúcar.
Foto: DW/Ramusel Graça
Do museu para as ruas
Figura preponderante no combate ao domínio colonial, Amador Vieira está também representado no centro da capital são-tomense.
Foto: DW/Ramusel Graça
Padroeiro dos marinheiros
São Jorge, santo padroeiro dos marinheiros, é a imagem de destaque à entrada da capela da fortaleza de São Sebastião. Simboliza a trajectória que dos navegadores portugueses até à descoberta das ilhas. Demonstra também a forte influência da colonização no modo de vida dos são-tomenses: o catolicismo é a religião da maioria da população.
Foto: DW/Ramusel Graça
Herança religiosa
"A marca do colonizador é grande. Vemos a presença portuguesa em quase tudo", diz o historiador Carlos Neves, apontando o exemplo da religião católica, introduzida em São Tomé e Príncipe pelos colonos. O Museu Nacional dedica uma sala à arte sacra. E a 1,2 km do forte de São Sebastião está a Sé Catedral de São Tomé e Príncipe, que remonta ao século XVI.