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PolíticaSão Tomé e Príncipe

Mortes por Covid-19 disparam em São Tomé e Príncipe

25 de fevereiro de 2021

O arquipélago regista uma acentuada subida de mortes. Ao longo desta semana morreram 5 pessoas. O país cumpre o segundo estado de calamidade, mas a descrença em relação à doença deixa em contramão as medidas preventivas.

Sankt Tomé und Principe | Coronavirus | Gemüsemarkt
Foto: Ramusel Graça/DW

São Tomé e Príncipe vive a pior fase da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Na primeira vaga da doença, no ano passado, morreram apenas 17 pessoas. Mas, desde janeiro deste ano, o vírus não tem dado tréguas. O número de mortes disparou em fevereiro. Desde o início desta semana até ontem, quarta-feira, cinco pessoas faleceram com Covid-19. Onze  estão internadas e 346 em isolamento domiciliar. A situação obrigou o primeiro-ministro Jorge Bom Jesus a visitar um hospital de campanha para se informar em primeira mão.

Populares descrentes

"Em relação a são Tomé e Príncipe, vamos constatando em média 20 a 30 casos por dia. Portanto, vim para vermos qual é a margem para melhorias e que constrangimentos existem. São vários, a começar pelo problema do oxigénio, passando pelos problemas da falta de água, do calor da ventilação", afirmou o chefe do Governo na visita ao hospital de campanha.

Não obstante a acentuada subida de mortes e de novos casos positivos, a sociedade santomense mostra-se dividida entre os que levam a doença a sério e os outros. Em locais de maior aglomeração, como, por exemplo, nas feiras, nem todos usam máscaras.

O repórter da DW África perguntou a comerciantes se acreditam que exista o coronavírus. As respostas, muitas vezes, são negativas: "Não em São Tomé não", responde um vendedor. E uma vendedora salienta: "Se aqui houvesse coronavírus como noutros países não poderíamos estar no mercado amontoados." Outro refere: "Como não têm morrido pessoas em grande quantidade, as pessoas não estão a encarar as coisas de forma séria. Mas é claro que a doença existe."

No mercado as vendedoras lavam as mãos regularmente, mas resistem ao uso de máscaras.Foto: Ramusel Graça/DW

Vendedoras ambulantes nos passeios, apesar de "estado de calamidade"

A venda em cima dos passeios voltou a ser habitual nas ruas da capital. O mercado Coco-Coco, que tinha sido encerrado no ano passado, reabriu, registando-se a fuga de comerciantes e vendedoras do novo mercado em Bobo Foro para o centro da cidade. Cidadãos mais cautelosos queixam-se da falta de "autoridade do Estado".

Em São Tomé e Príncipe vigora o segundo estado de calamidade, decretado pelo governo de Jorge de Bom Jesus. O secretário de Estado para o Comércio, Eugénio da Graça, pediu o apoio dos comerciantes e entidades privadas. O horário da função pública foi reduzido, e reforçou-se o apelo ao uso de máscaras e à higienização. Mas muitas dessas medidas estão a ser ignoradas pela população.

O coronavírus já infetou 1672 pessoas em São Tomé e Príncipe e 27 pessoas morreram desde o início da pandemia, enquanto 1288 recuperaram da doença. Os distritos de Água Grande e Mé Zóchi são os mais afetados. Com a promessa de vacinação, financiada pelos doadores internacionais, o país espera conseguir travar a pandemia.

A estratégia de África contra a pandemia

02:10

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