São Tomé recebe cinco milhões de dólares do Banco Mundial
Lusa
4 de janeiro de 2020
De acordo com o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, até ao final do mês de janeiro, o país deverá ainda receber cerca de sete milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento.
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O Banco Mundial desbloqueou cinco milhões de dólares para apoio ao orçamento são-tomense de 2020. O anúncio foi feito, este sábado (04.01), pelo primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, durante a cerimónia de comemoração do Dia do Rei Amador, garantindo que os cinco milhões de dólares do Banco Mundial entraram no tesouro público a 31 de dezembro.
"De facto esta verba caiu, cerca de cinco milhões de dólares. Neste momento, estamos na expectativa - eu espero que todo este mês de janeiro - de que possamos receber também uma promessa do ano passado de sete milhões de dólares, aproximadamente, do Banco Africano de Desenvolvimento, de apoio ao orçamento", explicou.
O governante explicou que esse valor resulta do acordo assinado no último trimestre de 2019 com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado, e "a promessa era precisamente de apoio, primeiro do FMI, de 2,8 milhões de dólares, e depois do Banco Mundial, na ordem de cinco milhões de dólares". Mas "o processo só fechou praticamente nas derradeiras horas de dezembro", por isso só agora os financiamentos "estão a cair".
O primeiro-ministro considera estes financiamentos "importantes para inverter a realidade macroeconómica atual" do país, propondo aumentar a exportação e diminuir a importação como forma de "criar riqueza porque sem o crescimento económico não há salvação para a nossa autossuficiência e desenvolvimento".
Expetativas para 2020
Jorge Bom Jesus diz estar confiante no ano de 2020. "Eu vejo o ano de 2020 com muita expectativa, com muita confiança, mas eu peço desde já aos são-tomenses muito trabalho, muita entrega, muito espírito de são-tomensidade, para que possamos tirar esse país do lugar em que se encontra", apelou o governante, que pretende "resolver o problema da pobreza e inaugurar este novo ciclo".
Tchiloli: Uma tradição única em São Tomé e Príncipe
O Tchiloli é uma tradição secular em São Tomé e Príncipe. É a encenação de uma história sobre traição e amor, com dança e tambores, perante plateias maravilhadas. Mas teme-se que esta tradição possa desaparecer.
Foto: DW/R. Graça
A história do Tchiloli
Tchiloli é uma encenação histórica, sobre traição e amor. O príncipe D. Carloto assassina o amigo, Valdevinos, durante uma caçada. Tudo por causa de uma mulher, Sibila, casada com Valdevinos. E o Imperador Carlos Magno fica com uma tarefa ingrata em mãos: ter de condenar o próprio filho.
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Sede de justiça
Este é o Marquês de Mântua, tio de Valdevinos. Foi ele que encontrou o sobrinho a morrer, assassinado pelo príncipe. E prepara-se aqui para pedir que se faça justiça. O que fará o Imperador, o pai do príncipe D. Carloto?
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A corte do Imperador
Aqui está. Carlos Magno na sua corte, sem esquecer os óculos de sol. O Imperador condena o filho à morte pelo assassinato de Valdevinos. O príncipe D. Carloto recorre da sentença. Mas o Imperador não volta atrás na decisão. Para o Marquês de Mântua, tio de Valdevinos, faz-se justiça.
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O "rosto" do Tchiloli
João Taraveira é um dos rostos mais conhecidos das encenações do Tchiloli. Pertence ao grupo "Formiguinha da Boa Morte", um dos mais antigos de São Tomé e Príncipe, formado em 1956. Já percorreu o mundo em atuações. No país, há vários grupos de Tchiloli. Em cada atuação há dezenas de figurantes.
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Tradição única
O Tchiloli é uma tradição única e especial. Segundo alguns investigadores, a peça foi trazida para São Tomé e Príncipe no século XVI por "mestres" do açúcar, vindos da Madeira. Outros defendem que o Tchiloli foi trazido muito mais tarde, no século XIX. Mas o original foi entretanto adaptado. Os tambores e as danças, por exemplo, refletem muito da cultura e tradições de São Tomé e Príncipe.
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Ocasião especial
Quando há Tchiloli, é sempre especial. E Tchiloli na praça Yon Gato, em São Tomé, não acontece todos os dias. Quando acontece, reúne muita gente. Miúdos e graúdos juntam-se nas ruas para assistir ao espetáculo.
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Manter viva a tradição
No ano passado, a Rede Tchiloli começou a organizar um festival para manter viva esta tradição. Os grupos de Tchiloli pedem às autoridades são-tomenses mais apoios financeiros. As indumentárias e os instrumentos usados nas encenações são relativamente caros. E toda a ajuda é pouca. Teme-se que esta tradição possa desaparecer.
Foto: DW/R. Graça
Fim do preconceito
Durante muito tempo, o Tchiloli era tido como algo feito apenas por homens. Mas, pouco a pouco, tem-se desfeito esse preconceito. O Tchiloli da Cachoeira é o único no país em que todos os figurantes são raparigas. Ser figurante é exigente. São precisos muitos meses de preparação.