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São Tomé e Príncipe tem novo plano para erradicar malária

26 de outubro de 2012

Nos últimos 10 anos, o país já reduziu em mais de 80% a taxa de prevalência da doença e em 90% a taxa de mortalidade causada pelo paludismo. Estratégias ainda mais ambiciosas contra a malária acabam de ser traçadas.

Rede mosquiteira
Rede mosquiteiraFoto: Edlena Barros

Durante duas semanas, técnicos de vários Ministérios (Saúde, Ambiente, Estatística, Meteorologia e Educação) e consultores da Organização Mundial da Saúde (OMS) estiveram reunidos em São Tomé e Príncipe para a elaboração da nova estratégia nacional de luta contra o paludismo de 2012 a 2016.

Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLCP), Maria Trovoada, foram delineadas estratégias ambiciosas para acelerar a cobertura nacional e definir a estratégia de pré-eliminação da doença na ilha do Príncipe.

“Pretendemos, até 2016, reduzir em 60% os casos de morbilidade e de mortalidade comparativamente aos índices de 2011 em São Tomé e em Príncipe”, explica, precisando que o grande objetivo é “reduzir o paludismo a menos de um caso por mil habitantes.”

Pulverização e mosquiteiros dão resultados

OMS considera que São Tomé e Príncipe está no bom caminho para erradicar a maláriaFoto: CC/Armed Forces Pest Management Board

De acordo com os dados do PNLCP, de 2001 a 2010, o paludismo passou de 411 para 20 casos por cada mil habitantes, enquanto o número de óbitos passou de 180 para 8 casos por cada mil habitantes

Estes resultados só foram possíveis com o reforço das campanhas de pulverização das casas e o uso de mosquiteiros impregnados. Medidas que, segundo a coordenadora do PNLP, vão continuar a ser aplicadas, uma vez que o objetivo da pulverização intradomiciliária e o uso de mosquiteiros é precisamente proteger as pessoas.

“Um dos nossos objectivos é acelerar a cobertura porque em termos de uso de mosquiteiros, andamos à volta dos 50%. É muito baixo. A cobertura universal anda à volta dos 80%. E em termos de pulverização intradomiciliária, ainda não atingimos os 80% necessários para que as pessoas estejam realmente protegidas”, revela.

Maria Georgina Costa é um dos exemplos de pessoas que têm aderido as campanhas de prevenção e também um dos poucos casos de pessoas em São Tomé que nunca tiveram paludismo. A pensar nos filhos, tem permitido sempre que a sua casa seja pulverizada.

A pulverização das casas e o uso de mosquiteiros impregnados tem dado resultadosFoto: Edlena Barros

OMS apoia luta contra a malária

Neste processo de combate ao paludismo, São Tomé e Príncipe tem contado com o apoio técnico e mobilizador de fundos da OMS. “Já conseguimos reduzir a morbilidade e a mortalidade de forma significativa”, salienta Claudina Cruz, porta-voz da organização, que considera que o país está no bom caminho para a erradicação da doença.

Embora o orçamento da nova estratégia ainda não esteja concluído, a coordenadora do PNLP, considera que conseguir o financiamento será a principal batalha para a implementação da estratégia.


Autora: Edlena Barros
Edição: Madalena Sampaio/António Rocha

São Tomé e Príncipe tem novo plano para erradicar malária

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