São-Tomé:Jovens devem lutar contra as alterações climáticas
Lusa
6 de novembro de 2021
Repto foi lançado, esta sexta-feira (05.11) pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova e pelo primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.
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O Presidente da República, Carlos Vila Nova e o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, apelaram, esta sexta-feira (05.11), aos jovens são-tomenses que sejam protagonistas e tenham vigilância máxima contra as alterações climáticas no país.
O repto dos dirigentes são-tomenses foi lançado na celebração do dia da juventude são-tomense celebrado sob o lema "o papel das associações juvenis no combate as alterações climáticas".
Ainda em viagem de regresso a São Tomé, depois de participar na cimeira sobre as alterações climáticas, COP26, o Presidente da República, Carlos Vila Nova enviou uma mensagem de vídeo, para reforçar o envolvimento dos jovens nas questões das alterações climáticas constituem uma das principais ameaças agravada pela "insularidade e incontornável exiguidade" do país.
"A juventude tem de assumir essa responsabilidade. Ela tem de agir e tornar-se o principal protagonista na luta que travamos contra essas ameaças e põem em causa o nosso futuro coletivo, particularmente da nossa juventude que, naturalmente, viverá nesse tempo", exortou Carlos Vila Nova.
O chefe de Estado considerou que os problemas ambientais atuais são resultados de "políticas, atitudes e comportamentos passados que não integraram o ambiente na sua prática, permitindo que as coisas chegassem hoje ao ponto que chegou".
A juventude representa cerca de 70% da população de São Tomé e Príncipe. O primeiro-ministro Jorge Bom Jesus que presidiu o ato central alusivo ao dia da juventude são-tomense exortou os jovens para serem pró-ativos nas questões do ambiente.
"A nossa juventude não deve estar sossegada, impávida e serena, como se o problema do clima não lhe dissesse respeito ou tocasse. Muito pelo contrário, a juventude deve despertar, numa atitude de vigilância máxima e pro-ação, porque importa encontrar soluções locais para problemática global", disse o primeiro-ministro.
A coordenadora das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe, Katarzina Wawiernia considerou que "torna-se necessário investir no empoderamento e na integração da Juventude nas políticas e nos programas, pois é um imperativo para o avanço irreversível no caminho para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável."
Vila Nova: "Tenho a justa medida das expetativas do povo"
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"Mas os jovens não podem fazer isso sozinhos. Eles precisam de aliados para se certificarem de que estão engajados, incluídos e compreendidos. Assim, é necessário que contribuamos para garantir aos jovens um lugar à mesa enquanto construímos em conjunto, um mundo baseado no desenvolvimento inclusivo, justo e sustentável para todos," defendeu a represente da ONU, enquanto os dos principais financiadores de projetos e programas de jovens no arquipélago.
Por sua vez, o presidente do Conselho Nacional da Juventude afirmou que "torna-se imprescindível o apoio incondicional da juventude no combate às alterações climáticas", tendo apelado aos jovens "a engajarem-se de forma ousada no combate as alterações climáticas."
Calisto Nascimento afirmou que a escolha do tema sobre as alterações climáticas para a celebração do dia da juventude são-tomense tem "o propósito de chamar as associações juvenis, para também sentarem a mesa e provocar debates, criar mecanismos para que os líderes das associações nas comunidades, nas escolas, possam contribuir ativamente, em primeira pessoa no combate as alterações climáticas.
"As associações juvenis podem desempenhar um papel extremamente importante concernente, mobilização, sensibilização, informação e também na capacitação dos mais diversos jovens", afirmou o presidente do CNJ.
Património histórico - Roças de São Tomé e Príncipe
As roças de São Tomé e Príncipe foram a base económica das ilhas até à independência em 1975, altura em que se deu a sua nacionalização. Esta galeria apresenta o património histórico das roças do arquipélago.
Foto: DW/R. Graça
Nas montanhas: a Roça Agostinho Neto
A roça organiza-se através da artéria principal que é fortemente marcada pelo imponente hospital, implantado na extremidade mais elevada, bem como pelos terreiros e socalcos que acompanham o declive. Na era colonial era esta roça que possuia o sistema ferroviário do arquipélago, a partir do qual se estabelecia a ligação e o abastecimento entre as suas dependências e o porto na Roça Fernão Dias.
Foto: DW/R. Graça
Uma roça memorial e emblemática
A Roça Agostinho Neto recebeu este nome após a independência nacional em 1975, em memória do primeiro Presidente de Angola. É uma das mais emblemáticas e impressionantes estruturas agrícolas do país. Situa-se no distrito de Lobata, norte da ilha de São Tomé, a 10 quilómetros da capital. Foi fundada em 1865 pelo Dr. Gabriel de Bustamane e foi explorada a partir de 1877, pelo Marquês de Vale Flor.
Foto: DW/R. Graça
Aqui começou a cultura do cacau
Fundada nos finais do século XVIII, a Roça Água-Izé foi a primeira da Ilha de São Tomé que implementou a cultura de cacau. José Ferreira Gomes trouxe a planta do Brasil para a Ilha do Princípe, inicialmente como uma planta ornamental, mas a cultura do cacau prosperou no arquipélago e tornou as ilhas o maior produtor de cacau a nível mundial. Esta roça é composta por nove dependências.
Foto: DW/R. Graça
O hospital da Roça Água-Izé
Implantada numa zona litoral, a Roça Água-Izé é o exemplo mais representativo da necessidade de expansão. Essa urgência levou à construção de um segundo hospital, de novos blocos de senzalas e edíficios de apoio à produção, como armazéns, fábricas de sabão e cocheiras.
Foto: DW/R. Graça
A Roça Uba Budo
Localizada na parte leste da ilha de São Tomé, no distrito de Cantagalo, esta roça foi fundada em 1875. Pertenceu à Companhia Agrícola Ultramarina, administrada na altura pelo general português Humberto Gomes Amorim. A principal cultura na Roça Uba Budo era o cacau.
Foto: DW/R. Graça
Cenário de televisão
Nos anos 90, a Roça Uba Budo foi o cenário escolhido pela RTP Internacional, o canal internacional da televisão pública de Portugal, para rodar uma série televisiva. Retratava a história de amor entre uma escrava e o seu patrão.
Foto: DW/R. Graça
Uma das mais antigas: a Roça Monte Café
A Roça Monte Café localiza-se numa zona bastante acidentada, na região de Mé-Zóchi, no centro da Ilha de São Tomé. É uma das mais antigas roças do país, tendo sido fundada em 1858, por Manuel da Costa Pedreira. A 670 metros de altitude, em terrenos bastante propícios para a cultura de café arábica, assumiu o lugar de destaque como a maior produtora de café, entre as restantes roças são-tomenses.
Foto: DW/R. Graça
Uma pequena cidade: Roça Roca Amparo
O desenvolvimento e a modernização das estruturas das roças, originaram um contínuo crescimento de espaços e equipamentos, e a Roça Roca Amparo é um exemplo disso. Esta evolução permitiu que se criasse uma malha de ruas, jardins e praças, cada qual com a sua função e importância. O processo de crescimento correspondia ao de uma pequena cidade.
Foto: DW/R. Graça
Uma noite na roça
A Roça Bombaim localiza-se em Mé-Zóchi, um dos distritos mais populosos de São Tomé. Bombaim é uma das unidade hoteleiras de referência do arquipélago que promove o turismo rural. Encravada no meio de uma floresta densa, a sua estrutura arquitetónica faz dela um espaço único para quem procura paz. Para se aceder à roça passa-se pela Cascata S. Nicolau, um dos encantos são-tomenses.
Foto: DW/R. Graça
A Roça Vista Alegre
A casa principal da Roça Vista Alegre constitui um dos exemplos arquitetónicos de maior interesse. Desenvolve-se sobre uma planta retangular em dois pisos, parcialmente elevada e um terceiro, formando apreendas apoiadas em pilares contínuos de madeira. Conserva-se ainda em estado razoável, devido às intervenções na casa principal, sendo que os restantes edifícios requerem obras de restauro.
Foto: DW/R. Graça
As senzalas - antigas casas dos escravos
Representa a casa do africano, oriunda do quimbundo angolano e referenciada nas pequenas povoações autóctones, formadas por cubatas (pequenas casas de madeira com cobertura de colmo). Com a exportação de mão de obra africana para o Brasil ao longo do século XVI, a dominação "senzala" foi aplicada ao conjunto habitacional onde residiam os trabalhadores escravos nas estruturas agrárias.
Foto: DW/R. Graça
Na Roça Boa Entrada, a maioria é pobre
Hoje, a Roça Boa Entrada é habitada por pessoas de diversas proveniências. Umas vieram de outras roças do país e outras vieram de outros países de África, principalmente de Cabo Verde. A maioria da população de Boa Entrada é pobre. A roça tem uma forte densidade populacional e uma grande concentração de pessoas num espaço relativamente reduzido e organizado em torno da antiga casa senhorial.
Foto: DW/R. Graça
O abandono das roças
A Roça Porto Real, localizada na Ilha do Princípe, faz parte das 15 grandes unidades agro-industriais criadas depois da independência e sucessivamente abandonadas. Antigamente, a roça tinha uma produção agrícola variada. Há quem diga que produzia o melhor óleo da palma de toda a ilha.