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Direitos HumanosSão Tomé e Príncipe

São Tomé: PR pede investigação a mortes após ataque

Lusa
2 de dezembro de 2022

Presidente são-tomense afirma que todos os atos ocorridos após o ataque ao quartel militar do Morro "devem ser cabalmente investigados e os culpados responsabilizados".

Foto: Ramusel Graça/DW

Uma semana após o ataque ao quartel militar, em São Tomé, numa ação classificada como "tentativa de golpe de Estado" pelas autoridades são-tomenses, o Presidente Carlos Vila Nova esclareceu esta sexta-feira (02.12) que as "investigações prosseguem no sentido do apuramento geral da verdade".

Na sequência destes eventos, quatro pessoas morreram em circunstâncias que estão sob investigação, e 16 foram detidas, incluindo 12 militares. 

Entre os mortos está o antigo oficial do 'batalhão Búfalo' Arlécio Costa, condenado em 2009 por tentativa de golpe de Estado, e apontado como suspeito de ser um dos mandantes do ataque juntamente com o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves– ambos detidos pelos militares nas suas respetivas casas.

Soldados fazem a segurança das ruas em São Tomé após o alegado ataque golpistaFoto: Ramusel Graca/DW

Carlos Vila Nova reforçou a necessidade de se apurarem responsabilidades e destacou a urgência de se responsabilizar todos os culpados.

"Com a tentativa de assalto ao quartel de Morro por um grupo de insurgentes, bem como relativamente aos incidentes que se seguiram, lamento profundamente, mais uma vez, a perda de vidas. No decurso deste ato, continuarei atento ao desenrolar das investigações que se prosseguem com vista ao apuramento da verdade, sobretudo nas circunstâncias em que aconteceram as mortes e a responsabilização de todos os culpados", reiterou o Presidente.

Vídeos denunciam violência

Esta quarta-feira foram divulgados nas redes sociais vídeos que mostram um detido -- que viria a morrer --, deitado no chão, ensanguentado e com as mãos amarradas atrás das costas, a ser agredido por um militar com um pau, enquanto vários outros militares assistiam. Outras imagens mostram detidos deitados ou ajoelhados no terreiro do quartel, com as mãos amarradas e com ferimentos.

Arlécio Costa, condenado em 2009 por tentativa de golpe de Estado, está entre os mortos após o ataque da sexta-feira passadaFoto: Ramusel Graça/DW

No próprio dia do ataque e nos dias seguintes foram amplamente disseminadas imagens dos homens com marcas de agressão, ensanguentados e com as mãos amarradas atrás das costas, ainda com vida, e também já na morgue.

Sobre a disseminação deste conteúdo violento, Carlos Vila Nova, lamenta o sucedido e considerou que esta situação "eticamente era evitável".

Por isso, o chefe de Estado veio "pedir desculpas pela forma como têm sido feitas as divulgações das imagens das ocorrências que se seguiram, após o confronto registado no quartel do Morro e que acabaram com as mortes que se conhecem. Acho que eticamente era evitável estas imagens", reforçou o Presidente são-tomense. 

Delfim Neves, ex-presidente do Parlamento são-tomense, é um dos mandantes do ataque ao quartel, segundo o GovernoFoto: DW/R. Graça

Apelo à população

O chefe de Estado apelou, ainda, à contenção da população para que a justiça possa fazer o seu trabalho e relembrou "que os rumores não são factos".

Muitas vezes os rumores "têm o propósito de nos desviarem do essencial. Peço assim, a contenção de todos. Por isso, vamos aguardar, serenamente, que a justiça faça o seu trabalho e todos os responsáveis sejam chamados à responsabilidade", disse.

Carlos Vila Nova, endereçou ainda os "sentidos pêsames" às famílias das vítimas e ao povo de São Tomé e Príncipe e disse contar com "bom senso" de todos para que a verdade possa ser apurada, "para o bem" do país.

"Conto com o bom senso e colaboração de todos para conclusão de forma serena do apuramento da verdade e a justiça seja feita para o bom, para o bem de São Tomé e Princípe", acrescentou o Presidente.

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