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PolíticaSão Tomé e Príncipe

São-tomenses elegem hoje o próximo Presidente do país

Lusa
5 de setembro de 2021

Os candidatos Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa disputam a corrida para a Presidência da República de São Tomé e Príncipe. Trata-se dos dois candidatos mais votados na primeira realizada em 18 de julho.

Campanha eleitoral em São Tomé e Príncipe
Foto: Ramusel Graça/DW

Carlos Vila Nova (apoiado pelo partido Ação Democrática Independente, oposição) venceu a primeira volta com 43,3% dos votos, enquanto Guilherme Posser da Costa (do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata, no poder) teve 20,7%.

Nesta segunda volta, Posser da Costa conta também com o apoio dos restantes partidos que compõem a 'nova maioria' que suporta o Governo de Jorge Bom Jesus -- Partido Convergência Democrática e a coligação UDD/MDFM.

Vitor Correia, porta-voz da CENFoto: DW/R. Graca

De acordo com a Comissão Eleitoral Nacional (CEN), quase todas das mesas de voto para esta segunda volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe abriram hoje pelas 07:00 locais, como previsto.

 Em declarações à Lusa, o porta-voz da CEN, Vítor Correia, disse que 98% das mesas abriram à hora prevista (07:00 locais, mais uma hora em Lisboa).

 "Tivemos alguma dificuldade no início por causa de trocas de cadernos eleitorais, mas está tudo resolvido", afirmou o representante, indicando que isso ocorreu em duas mesas.

Sem registos de boicote

Cerca de uma hora após o início da votação, a CEN não tinha qualquer relato de boicotes.

No Instituto Superior de Educação e Comunicação da Universidade de São Tomé, recinto Viana da Mota, na capital, São Tomé, mais de uma dezena de eleitores aguardavam a sua vez, cerca de 20 minutos após a abertura das assembleias de voto.

 Ali, todos cumpriam as normas de segurança para evitar a propagação da covid-19, usando máscaras e respeitando o distanciamento social.

Carlos Vila Nova apoiado pelo partido ADIFoto: Ramusel Graça/DW

 A votação de hoje marca o fim de um processo eleitoral que se atrasou quase um mês, após diferendos jurídicos e políticos na sequência de contestações aos resultados da primeira volta das presidenciais pelo terceiro classificado, Delfim Neves.

 Afonso Varela, 62 anos, faz questão de "separar as águas": "o processo eleitoral correu extremamente bem, mas as coisas complicaram-se nos gabinetes, nos tribunais".   

"O problema não é o povo, são as instituições. As manipulações é que geram os conflitos", comentou.

Dentro da assembleia de voto, cada eleitor confirma que o seu boletim foi introduzido na urna, um reforço para tentar evitar desconfiança quanto aos resultados eleitorais.

'Minda', 51 anos, vê o processo após a primeira volta como "bastante constrangedor".

"Sempre fizemos eleições sem grandes confusões nem dramas. A população está tranquila, os políticos é que estavam desnorteados", comentou.

Pósser da Costa - apoiado pela coligação UDD/MDFMFoto: Ramusel Graça/DW

 Os diferendos após a primeira volta, em 18 de julho, "não foram nada saudáveis para a democracia, embora faça parte da democracia a possibilidade de contestar", referiu Gilberto Saíta, 56 anos.

Fora do centro da cidade, na localidade de Água Porca, a Escola Popular da Fundação acolhe quatro assembleias de voto. Cerca de uma hora depois da abertura das mesas, algumas dezenas de pessoas estão no recinto.

"Está fraquíssimo. Na primeira volta isto estava cheio de gente", considerou 'Tino', 52 anos, que responsabiliza a classe política: "Fazem campanhas, mas não explicam as suas propostas".

Teresa Manuel, 58 anos, foi votar logo a seguir à missa para evitar a confusão.

 Encolhe os ombros e diz que lhe é indiferente quem vai ganhar hoje. "Temos de ter um Presidente".

Mas não deixa de criticar os atrasos no processo: "Foi a desobediência do perdedor. Tem de aceitar. O povo é que decide".

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