Síria: Bombardeamento mata seis crianças entre nove civis
Lusa
25 de novembro de 2023
De acordo com uma ONG, tudo aconteceu hoje enquanto colhiam azeitonas na província de Idlib, noroeste da Síria, por um bombardeamento do exército nesta região, o último reduto rebelde no país.
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"Um bombardeamento terrestre das forças do regime" atingiu um grupo que apanhava azeitona na aldeia de Qofin, na região montanhosa de Jabal al-Zawiya, adiantou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental (ONG).
Nove civis "incluindo uma mulher e seis crianças" foram mortos e outros ficaram feridos, alguns com gravidade, acrescentou o OSDH, com sede no Reino Unido, mas que tem uma vasta rede de fontes na Síria, citado pela agência France-Presse.
Hayat Tahrir al-Sham (HTS, antigo braço local da Al-Qaida) controla áreas inteiras da província de Idlib e partes das regiões vizinhas de Aleppo, Hama e Latakia.
O HTS é considerado por Damasco um grupo terrorista, assim como pelos Estados Unidos e pelas Nações Unidas.
Segundo o OSDH, já se registavam bombardeamentos e confrontos naquela zona antes de o grupo ser atingido hoje, enquanto o HTS bombardeava fortemente o território vizinho controlado pelo regime do presidente Bashar al-Assad após o ataque mortal.
Iniciada em 2011, após a repressão dos protestos antigovernamentais, a guerra na Síria provocou mais de meio milhão de mortos e milhões de deslocados. Um cessar-fogo negociado pela Rússia e pela Turquia foi declarado em Idlib após uma ofensiva do regime em março de 2020, mas é regularmente violado.
Amnistia Internacional celebra 60 anos
Desde a defesa de prisioneiros políticos até ao lobby contra o controlo global do comércio de armas, a iniciativa de um advogado transformou-se na maior rede de ativistas dos direitos humanos no mundo.
Foto: Getty Images/AFP/L. Neal
Amnistia para prisioneiros esquecidos
Em 1961, o ditador de Portugal ordenou a prisão de dois estudantes por terem feito um brinde à liberdade em público. Afetado pela notícia, o advogado Peter Benenson escreveu um artigo que teve um impacto global: pediu apoio para as pessoas perseguidas pelas suas convicções. Isso levou à criação da Amnistia Internacional, uma rede global que faz campanhas contra as violações dos direitos humanos.
Foto: Miguel Riopa/AFP/Getty Images
Campanhas para salvar vidas
O objetivo inicial da Amnistia Internacional era a defesa dos prisioneiros políticos não violentos. Uma longa lista de ativistas, desde o sul-africano Nelson Mandela ao russo Alexei Navalny, já receberam o apoio da Amnistia Internacional como "presos de consciência". A organização logo expandiu o seu foco para protestar contra a tortura e a pena de morte.
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Cruzada contra a tortura
Nos anos 70, quando a organização lançou a sua primeira campanha global contra a tortura, forças armadas em todo o mundo utilizaram-na, em muitos casos, contra os prisioneiros políticos. Mas as campanhas do grupo também contribuíram para uma tomada de consciência que ajudou a promover a criação de resoluções da ONU contra o uso da tortura, que foram agora assinadas por mais de 150 países.
Foto: Tim Sloan/AFP/Getty Images
Crimes de guerra
A Amnistia Internacional baseia as suas campanhas em provas obtidas por ativistas. Nas zonas de guerra, onde os civis são mais vulneráveis aos exércitos e às milícias, é necessária documentação das violações dos direitos humanos para responsabilizar os criminosos. A organização manteve um registo público que comprovou crimes de guerra russos, sírios e da coligação liderada pelos EUA na Síria.
Foto: Delil Souleiman/AFP/Getty Images
Acabar com o comércio de armas
A Amnistia Internacional procura impedir que as armas cheguem às zonas de guerra, onde muitas vezes são utilizadas contra civis. Embora um tratado internacional imponha regras destinadas a regular o comércio internacional, a compra e venda de armas continua a aumentar. Entre os maiores exportadores, a Rússia e os EUA não ratificaram o tratado e muitos outros não o cumpriram.
Foto: Chris J Ratcliffe/Getty Images
Campanha pelo aborto legal e seguro
As campanhas da Amnistia Internacional também abrangem a igualdade de género, os direitos das crianças e o apoio à comunidade LGBT. Mas Governos e figuras religiosas já criticaram a organização por defender o acesso ao aborto. Na foto, ativistas argentinos colocaram ramos de salsa e ervas, usadas para induzir abortos, às portas do Congresso Nacional, em Buenos Aires.
Foto: Alejandro Pagni/AFP/Getty Images
Uma rede internacional em expansão
Desde o seu início, na década de 1960, a Amnistia Internacional cresceu e transformou-se numa ampla rede global de ativistas que, além de participarem em campanhas de solidariedade global, trabalham para combater as violações locais dos direitos humanos. Com milhões de membros e apoiantes, a organização tem ajudado a poupar da morte e da detenção milhares de prisioneiros por todo o mundo.