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SADC vai enviar equipa para avaliar apoio a Moçambique

Leonel Matias (Maputo)
8 de abril de 2021

Presidente do Botswana defende uma "resposta coletiva" aos ataques terroristas na província moçambicana de Cabo Delgado. SADC combinou o envio imediato de uma equipa técnica para avaliar que tipo de apoio é necessário.

Soldados moçambicanos em Cabo DelgadoFoto: Roberto Paquete/DW

"Os ataques terroristas no norte de Moçambique são uma ameaça a toda a região da África Austral e, por isso, precisamos de uma resposta coletiva", declarou esta quinta-feira (08.04) o Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, durante a abertura da Cimeira Extraordinária da "Dupla Troika" da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que juntou em Maputo vários chefes de Estado da região.

"Vão concordar comigo, excelências, de que não podemos permanecer indiferentes numa altura em que os nossos companheiros dos Estados-membros continuam a ser alvo desses assaltos indiscriminados que são perpetrados por esses terroristas", afirmou Masisi, presidente do órgão de política de Defesa e Segurança da SADC.

Mokgweetsi MasisiFoto: Imago/Xinhua

Segundo o chefe de Estado, "esses ataques constituem uma afronta clara para a SADC, uma região que se pretende ser pacífica, estável, segura e próspera". E "nenhum Estado-membro pode lidar com o flagelo do terrorismo isoladamente, porque o terrorismo […] não usa métodos convencionais de guerra, não respeita as fronteiras, a soberania e a dignidade da vida humana".

Uma equipa técnica deverá ser enviada de imediato a Moçambique para produzir um relatório a ser apresentado numa reunião extraordinária do comité ministerial da Troika que se reúne no próximo dia 28 de abril, na véspera de uma cimeira extraordinária do órgão.

SADC sublinha urgência da situação

No comunicado final da cimeira foi reafirmado o compromisso contínuo da SADC em contribuir nos esforços em prol do alcance de uma paz e segurança duradouras em Moçambique.

A violência terrorista contra crianças em Cabo Delgado

02:28

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A organização "condenou os ataques terroristas nos termos mais veementes e declarou que não seria permitido que esses ataques hediondos continuem sem uma resposta regional, na medida adequada".

Para a Secretária Executiva da SADC, Stergomena Tax, "notando os ataques persistentes, não se pode subestimar a urgência de reforçar as medidas de segurança através de uma abordagem regional coordenada e da prestação de apoio humanitário".

Nyusi pede reforço dos controlos nas fronteiras

A decisão da troika da SADC de enviar de imediato uma equipa técnica a Moçambique visa, conforme informou a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, "avaliar a dimensão da ameaça para, tendo em conta a [sua] dimensão real, ver quais são os meios [de ação], para que sejam proporcionais".

Filipe NyusiFoto: Reuters/G.L. Neuenburg

Questionada pelos jornalistas sobre se, para além do apoio logístico, estará também previsto o envio de militares por parte da SADC para apoiar Moçambique, Verónica Macamo respondeu: "Não posso imaginar o que vai acontecer depois da avaliação".

O Presidente Filipe Nyusi defendeu que, nesta fase, o combate ao terrorismo, depois de ser uma questão soberana de Moçambique, é também uma questão interna da SADC.

O chefe de Estado disse esperar agora um  "aprimoramento" da estratégia contra o terrorismo e extremismo violento, além de "medidas concretas em quatro vertentes, nomeadamente prevenção, proteção, perseguição e resposta".

"Há que estabelecer um controlo mais rigoroso nas fronteiras, uma melhor cooperação policial e judicial para detetar e perseguir suspeitos. Temos de encontrar formas acertadas, capazes de impedir o financiamento ao terrorismo. Temos de promover com rigor o combate ao crime organizado e contrariar a radicalização", anunciou Nyusi.

Artigo atualizado às 18h39 (CET) de 8 de abril de 2021

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