Sagrada Esperança da Lunda Norte é o campeão do Girabola
Borralho Ndomba
1 de agosto de 2021
O título foi conquistado depois e dezesseis anos, ao derrotar o Petro de Luanda por uma bola a zero, no Estádio 11 de Novembro, na capital angolana. Para o treinador derrotado, o"Petro de Luanda pagou pelos erros".
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Com o triunfo no campeonato angolano de futebol - o Girabola - a equipa Sagrada Esperança da Lunda Norte arrecadou o prémio de 24 milhões de kwanzas (cerca de 31 mil euros). O golo foi marcado por Luís Tati na primeira parte do jogo.
O jogador Gaspar atribui a conquista aos adeptos. "Estamos felizes. Lutamos até ao fim e não foi fácil. Tivemos tantas dificuldades e tantas viagens", disse.
"Só tenho que agradecer a Deus e a essa família grande que está aqui, e este povo que abandonou a sua zona de conforto para vir aqui nos dar a força que precisávamos", desabafou após o jogo.
Campeão como treinador
Roque Sapiri foi campeão com a equipa Lunda como jogador em 2005. Agora, é campeão pelo clube como treinador.
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"Teria sido demitido como treinador do Sagrada Esperança porque os resultados não eram bons. Mas sempre disse que é preciso ter calma e é preciso construir uma equipa", disse. "Fomos persistentes, os jogadores acreditaram naquilo que passamos para eles".
"Hoje é o dia das mulheres. Parabenizo a minha mulher, a minha família pelo apoio que tem dado. Aos meus assessores e as pessoas que sempre me apoiaram".
A equipa vencedora terminou o campeonato com 70 pontos, enquanto o Petro de Luanda ficou em segundo lugar, com 67 pontos.
O Petro de Luanda, o clube com mais títulos no futebol angolano, não ganha o campeonato há onze anos e conseguiu o segundo lugar no Girabola pela quinta vez consecutiva.
"Pagou pelos erros"
Bundunha, treinador do Petro de Luanda, diz que o clube pagou pelos erros. "Não se mudou nenhuma filosofia. A ideia manteve-se, infelizmente, não ganhamos. Cometemos erros e pagamos pelos erros cometidos. A equipa do Sagrada Esperança ganhou o jogo, ganhou o campeonato e está de parabéns".
O Governador da Lunda Norte, Ernesto Muangala, entregou a taça ao novo campeão do Girabola.
O político é também membro de direção desta equipa e disse que vai trabalhar para que o clube ganhe mais patrocínio para ter uma boa performance na Liga dos Campeões africanos.
"É um dia especial para mim. Primeiro, porque é o meu aniversário. Segundo, porque agora o Sagrada Esperança torna-se campeão nacional, e tudo decorre no mandato em que sou governador da Lunda Norte e presidente da Mesa da Assembleia"
"As responsabilidades aumentam, vamos representar o país na Liga dos Campeões africanos e tudo faremos junto ao patrocinador, a Endiama, para garantir apoio para que a equipa representante condignamente o nosso país", disse Muangala
A caminho do EURO2020: As estrelas europeias com raízes africanas
No próximo Campeonato Europeu de Futebol, as equipas dos 24 participantes incluem dezenas de jogadores com uma ligação familiar a África. Entre eles estão estrelas mundiais e talentos emergentes.
Foto: picture alliance/Pressefoto ULMER
Danilo Pereira | Portugal
Danilo Luís Hélio Pereira nasceu na Guiné-Bissau a 9 de setembro de 1991 e foi para Portugal com seis anos, à "boleia" da mãe que havia terminado o curso de enfermagem e conseguido emprego em território português. Fez a formação no Estoril e no Benfica, e, sem espaço na equipa principal, seguiu para Itália, para jogar no Parma. Hoje é um dos indiscutíveis na seleção nacional e campeão europeu!
Foto: Getty Images/D. Mullan
Renato Sanches | Portugal
Filho de cabo-verdiana, lisboeta e portador de passaporte de São Tomé e Princípe, Renato Sanches fez toda a formação como futebolista no Benfica. Estreou-se como sénior em outubro de 2015. No verão de 2016, foi campeão europeu por Portugal - foi o "Golden Boy" - e o Bayern Munique não hesitou em pagar 35 milhões de euros! Aos 23 anos, foi campeão pelo Lille e parece voltar a ser o Renato de 2016.
Foto: picture alliance/Pressefoto ULMER
William Carvalho | Portugal
Nascido em Luanda, William Carvalho é campeão europeu pelo seu país "adotivo", quando Portugal venceu a França na final de 2016. O médio-defensivo, que fez toda a formação no Sporting Clube de Portugal, joga agora no Real Betis, onde não vive a melhor fase da carreira, mas continua a ser um dos pilares de Fernando Santos na hora de convocar para as grandes competições.
Foto: Stanley Gontha/picture-alliance/Pro Shots
Kylian Mbappé | França
Kylian Mbappé cresceu no subúrbio parisiense de Bondy, filho de um pai camaronês e de uma mãe argelina. Com apenas 19 anos, o avançado do PSG foi eleito o melhor jovem jogador no Campeonato do Mundo de 2018 na Rússia, ajudando a França a vencer. A seleção francesa é rica em jogadores com raízes africanas, incluindo Paul Pogba (Guiné-Conacri), Ngolo Kanté (Mali) e Ousmane Dembélé (Costa do Marfim).
Foto: REUTERS
Romelu Lukaku | Bélgica
O avançado poliglota Romelu Lukaku nasceu e cresceu na Antuérpia, Bélgica, mas os seus pais são ambos da República Democrática do Congo, uma antiga colónia belga. Os golos de Lukaku ajudaram "Les Diables Rouges" a ficar em terceiro lugar na Rússia, em 2018, e também contribuíram para a vitória do Inter de Milão na Serie A esta temporada.
Foto: picture-alliance/Sputnik/M. Bogodvid
Bukayo Saka | Inglaterra
O talento ainda adolescente nasceu em Ealing, no oeste de Londres, de pais nigerianos. O seu nome significa "aumenta a felicidade" em língua ioruba. Apesar de representar a Inglaterra desde os sub-16, Saka recebeu uma oferta da Federação Nigeriana de Futebol em 2020, mas preferiu jogar pela seleção inglesa.
Foto: Andre Boyers/AP/picture alliance
Glen Kamara | Finlândia
O internacional finlandês nasceu em Tampere, no sul da Finlândia, mas mudou-se para Londres para se juntar à academia juvenil do Arsenal, aos 16 anos de idade. No entanto, foi na Escócia que fez nome, ajudando o Rangers a conquistar o primeiro título na liga desde 2011, levando os "gunners" a considerar trazê-lo de volta. Os pais são da Serra Leoa, mas Kamara joga pela Finlândia desde os sub-18.
Foto: picture-alliance/AP/L. Vieira
Alexander Isak | Suécia
Muito se esperava de Alexander Isak quando assinou pelo Borussia Dortmund, em 2017, mas a Bundesliga aconteceu cedo demais. O avançado, nascido fora de Estocolmo de refugiados da Eritreia, teve mais sucesso com a Real Sociedad, marcando 26 golos nas duas últimas temporadas. Outros jogadores suecos com raízes africanas são Robin Quaison, do Mainz (pai do Gana), e Ken Sema, do Watford (pais da RDC).
Foto: Reuters/L. Kuegeler
Antonio Rüdiger | Alemanha
"Toda a minha família vem de África", diz o defesa alemão Antonio Rüdiger, cujos pais fugiram da Serra Leoa, devastada pela guerra nos anos 90. Rüdiger, vencedor da Liga dos Campeões com o Chelsea esta época, nasceu e foi criado no distrito de Neukölln, em Berlim, e já é 40 vezes internacional sénior pela seleção alemã.
Foto: Gleb Garanich/Reuters
David Alaba | Áustria
O capitão austríaco David Alaba poderia teoricamente ter jogado pela Nigéria, a pátria do seu pai, mas o defensor nascido em Viena escolheu antes a sua república alpina natal. Antes de deixar o Bayern Munique - 13 anos depois de chegar à Baviera - para se juntar ao Real Madrid, Alaba vai liderar o seu país no EURO2020.
Foto: Markus Ulmer/imago images
Breel Embolo | Suíça
O avançado do Mönchengladbach representa a Suíça desde os sub-16, mas nasceu nos Camarões, antes de emigrar para Basileia com a sua mãe e irmão, em 2003. Outros jogadores suíços no EURO2020 com raízes africanas incluem o companheiro de clube Denis Zakaria (pai da República Democrática do Congo, mãe do Sudão) e Kevin Mbabu, do Wolfsburg (mãe da República Democrática do Congo).
Foto: Christof Stache/REUTERS
Memphis Depay | Países Baixos
O pai de Memphis Depay é do Gana, mas, depois de ter abandonado a sua família quando o seu filho era jovem, Memphis só usa o seu primeiro nome na camisa - tanto no Lyon como nos Países Baixos. Outros companheiros de equipa de seleção com ascendência africana incluem Nathan Aké (pai da Costa do Marfim), do Manchester City, e Cody Gakpo (pai do Gana, mãe do Togo).