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Ataques contra membros da UNITA

Cristina Krippahl18 de fevereiro de 2015

A culpa é do MPLA. Em entrevista à DW África, Isaías Samakuva, presidente do maior partido da oposição em Angola, a UNITA, é taxativo: as ordens para os ataques contra membros da UNITA, vêm de Luanda.

Foto: DW/Renate Krieger

Não é a primeira vez que elementos do maior partido angolano na oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) sofrem agressões na via pública. O incidente mais recente ocorreu na segunda-feira, 16 de fevereiro, na Lunda Norte, e deixou feridas 20 pessoas, três das quais em estado grave. Os agressores, disse em entrevista à DW África o presidente da UNITA, Isaías Samakuva são do MPLA.

DW África: A UNITA tem provas para as acusações graves que levanta contra o MPLA?

Isaías Samakuva (IS): Absolutamente. Existem provas, e é por isso que nós fomos diretos e claros. Ao mencionar os autores desses crimes. Foram inclusive apanhados três deles durante os confrontos, e eles mesmos disseram que eram do partido MPLA.

Imagens fornecidas pela UNITA dos ataques contra militantes seus na Lunda NorteFoto: UNITA

DW África: A seu ver, foi uma iniciativa local do partido, ou os ataques foram feitos a mando da estrutura central?

IS:
É a minha opinião, resultante das experiências que eu tenho, de que isto é uma política concertada e que é a nível nacional. E certamente que as ordens devem partir da estrutura central. Porque estes atos repetem-se, acontecem de uma forma organizada, e a estrutura central toma conhecimento deles. Mas não age, não move uma palha. Se não mandou, pelo menos está de acordo, porque senão teria agido. E esteve a polícia, o senhor administrador ou a administração foram informados. Como deve saber, os administradores são também membros responsáveis do partido MPLA. Se a direção central não toma medidas, então nós não temos mais dúvidas. Isto não é novo, isto repete-se quase todas as semanas um pouco por todo o país, e é preciso que se responsabilize o verdadeiro culpado.

DW África: Em sua opinião, quais são os objetivos destes ataques?

IS: A intimidação, essencialmente. E isto acontece de uma forma geral quando há algumas debilidades do lado do partido no poder. Quer dizer, se um partido da oposição, nomeadamente a UNITA, consegue, com as suas atividades mobilizadoras, sensibilizar as populações e haver da parte das populações uma manifestação de apoio à UNITA, então essas coisas ocorrem. Pelo que há esta necessidade de intimidar as populações, para que não adiram à UNITA.

Os danos foram humanos e materiais, diz a UNITA, que fala de vinte feridosFoto: UNITA

DW África: Como é que a UNITA pretende reagir a esta tentativa de intimidação?

IS: Como disse, isto tem-se repetido ao longo desses anos todos, e quem está a ficar mal na fotografia é exatamente quem comete esses atos. Nós continuamos simplesmente a explicar, a denunciar. Nós queremos paz, queremos uma sociedade que viva de uma forma harmoniosa. Embora com opiniões diferentes, achamos que é preciso viver harmoniosamente, com respeito pela diferença de opiniões. Parecendo que não, ao longo desses anos todos, o povo começa a reconhecer quem é, na realidade, o garante da paz. E parecendo que não, isto começa a dar frutos. Porque, mesmo se as pessoas sofrem, que é o caso: houve danos materiais e também humanos, as pessoas começam a ter uma idéia clara de quem afinal é merecedor do respeito e da confiança do povo.

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