Secretário de Estado dos EUA faz primeira visita a África
Lusa | gcs
7 de março de 2018
Chefe da diplomacia dos EUA começa na Etiópia um périplo pelo continente africano. Visita sucede a polémica envolvendo o Presidente Donald Trump, que se terá referido a várias nações africanas como "países de merda".
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Pouco antes de embarcar no avião com destino a África, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, criticou a abordagem utilizada pela China para promover o desenvolvimento no continente, afirmando que a postura de Pequim "encoraja a dependência" e prejudica a soberania e a estabilidade daquele continente.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos falava num evento numa universidade norte-americana sobre as relações EUA-África antes de partir para o seu primeiro périplo pelo continente africano, que vai incluir passagens pela Etiópia, Quénia, Chade, Djibouti e Nigéria.
Rex Tillerson afirmou que o investimento chinês pode ter ajudado África a resolver problemas de infraestruturas, mas criou "dívidas acrescidas e poucos, ou talvez, nenhuns empregos". E reforçou que a abordagem de Pequim no continente africano também envolve empréstimos predatórios, corrupção e contratos de termos vagos.
Em contraste, segundo frisou o representante norte-americano, a abordagem dos Estados Unidos em África quer apostar num espírito de parceria com os países africanos, ao mesmo tempo que promove o Estado de Direito e o desenvolvimento democrático.
Na mesma intervenção na George Mason University, na Virginia, Tillerson frisou que os Estados Unido veem um "futuro brilhante" para o continente africano, à medida que a população daquela região cresce, e que a administração liderada pelo Presidente Donald Trump está "empenhada em salvar vidas em África".
Viagem após polémica
Tal como aconteceu no seu primeiro périplo latino-americano, em princípios de fevereiro, Rex Tillerson terá nesta ronda africana a missão de tentar neutralizar a crescente influência de outras potências, com a China e a Rússia, em África e reivindicar o papel dos Estados Unidos nesta área geográfica.
Reforçar os avanços da luta antiterrorista no continente africano será outros dos temas a marcar a agenda deste périplo.
Numa nota enviada às redações, o Departamento de Estado norte-americano informou que Tillerson anunciou uma verba de cerca de 533 milhões de dólares (cerca de 429 milhões de euros) para assistência humanitária das populações da Etiópia, Somália, Sudão do Sul e Nigéria, bem como dos países da região do Lago Chade, onde milhões enfrentam uma situação de insegurança alimentar e desnutrição por causa de conflitos em curso ou de uma seca prolongada.
Ainda bem presentes estão as declarações polémicas que Donald Trump fez em janeiro passado, durante uma reunião com um grupo de senadores para debater as leis migratórias para os Estados Unidos, quando se referiu a várias nações africanas e a outros Estados como "países de merda".
Na altura, a expressão usada por Trump desencadeou fortes reações. Por exemplo, os embaixadores de 54 países africanos representados junto da ONU exigiram que o Presidente dos Estados Unidos se retratasse e pedisse desculpa.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
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Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
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Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
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Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
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As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
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O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
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"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.