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Segurança reforçada em Maputo após resultados eleitorais

Nádia Issufo (Maputo) | sq
14 de outubro de 2024

Daniel Chapo vence em Maputo com 53,68% dos votos, mas o clima de tensão cresce com a forte presença policial, à medida que apoiantes de Venâncio Mondlane, popular entre os jovens, contestam os resultados eleitorais.

Polícia moçambicana
Resultados eleitorais em Maputo geram festa e reforço policialFoto: Roberto Paquete/DW

Logo após a divulgação do edital de apuramento provincial das eleições de 9 de outubro, na província de Maputo, os apoiantes da FRELIMO celebraram a vantagem do candidato presidencial do partido, Daniel Chapo, que lidera com 53,68% dos votos. No entanto, o clima festivo foi acompanhado por um elevado dispositivo de segurança.

Nas imediações do recinto onde os dados foram anunciados, a presença policial era notória, com viaturas blindadas a circularem pela cidade, incluindo a Avenida 25 de Setembro, uma das principais artérias de Maputo.

A celebração não foi isenta de tensão. Venâncio Mondlane, o segundo candidato mais votado, com 33,84%, tem uma forte base de apoio entre os jovens, muitos dos quais descontentes com o governo atual.

Eventuais manifestações?

Esta insatisfação crescente levanta receios de protestos, especialmente caso surjam alegações de fraude ou irregularidades eleitorais. A polícia parece estar a preparar-se para eventuais manifestações, com reforços visíveis em várias partes da cidade.

Eleições moçambicanas: O voto dos jovens

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O clima de incerteza reflete a polarização política que se vive no país, num momento em que a Comissão Nacional de Eleições ainda não anunciou os resultados finais. A ascensão de Mondlane e do partido PODEMOS como principal força de oposição, substituindo a RENAMO, já está a alterar o equilíbrio político. Esta mudança poderá ter implicações profundas no futuro do cenário político moçambicano, com uma juventude cada vez mais ativa e vocal nas suas demandas por mudanças.

Com os resultados ainda a serem apurados em outras províncias, os próximos dias serão decisivos para determinar o desfecho oficial das eleições, bem como a resposta dos diferentes sectores da sociedade moçambicana a esse resultado.

Tensões repetidas?

Durante as últimas eleições autárquicas em Moçambique, realizadas em outubro de 2023, ocorreram vários protestos organizados pela oposição, especialmente pela RENAMO, em resposta a alegações de fraude eleitoral. Os manifestantes contestaram os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que atribuíram a vitória à FRELIMO em 64 das 65 autarquias. Em Maputo, Venâncio Mondlane, cabeça de lista da RENAMO, liderou as manifestações, acusando as autoridades de manipular os resultados.

Os protestos, que aconteceram em várias partes do país, incluíram escaramuças em Maputo, onde a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Apesar disso, as marchas continuaram, com os líderes da oposição a prometer manter a pressão até que a justiça eleitoral fosse feita. Em algumas regiões, como Quelimane e Nampula, houve detenções de manifestantes e relatos de violência policial, aumentando ainda mais a tensão social em torno do processo eleitoral.

Os números das eleições moçambicanas

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