Mais de mil representantes dos setores económicos africano e norte-americano e vários chefes de Estado reúnem-se a partir desta terça-feira na capital moçambicana. Só o Presidente dos Estados Unidos não vai à cimeira.
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É considerado um evento de extrema importância para as relações comerciais entre norte-americanos e africanos. A Cimeira Estados Unidos-África, que decorre até sexta-feira (21.06), em Maputo, terá entre os oradores nomes como Paul Kagame, Presidente do Ruanda, e Uhuru Kenyatta, Presidente do Quénia.
Os chefes de Estado da Guiné-Bissau, do Zimbabué, da Namíbia e do Malawi também já confirmaram a presença no evento, organizado de dois em dois anos pelo Conselho Corporativo para África (CCA), uma associação comercial norte-americana.
O que os africanos pensam sobre Donald Trump?
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Mas apesar dos convidados de peso, o Presidente norte-americano, Donald Trump, não estará presente na cimeira. Será representado pela vice-secretária do Comércio, Karen Dunn Kelley.
"É pouco provável que o Presidente Trump participe num evento como este. Pessoalmente fez muito pouco em relação a África. Só recebeu dois dirigentes da África subsaariana na Sala Oval", lembra Judd Devermont é diretor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington, D.C. "A questão mais importante é o que significa não ter nenhum membro de topo do Governo neste evento, o que acaba por ser um pouco decepcionante", diz.
"América é muito importante para África"
No entanto, a ausência de Trump não é um sinal do desinteresse económico da América, diz Judd Devermont. O especialista lembra um discurso recente do conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, John Bolton.
"De acordo com a estratégia dos EUA para África, anunciada em dezembro pelo embaixador Bolton, o objetivo é aumentar o comércio e o investimento, combater o terrorismo e a instabilidade e procurar mais estabilidade", recorda. "O Governo também quer garantir que há responsabilidade no que toca ao investimento dos Estados Unidos e ao dinheiro dos contribuintes norte-americanos", explica ainda Devermont.
Maputo acolhe Cimeira EUA-África
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Por enquanto, o comércio entre África e os Estados Unidos representa apenas 1,5% do comércio exterior de Whashington. O que não significa que os EUA tenham abandonado o continente.
Pelo contrário, investem até muito dinheiro em África, diz o politólogo Philipp Gieg, da Universidade de Würzburg, na Alemanha. "A América é muito importante para África em matéria de investimento direto estrangeiro. Isso significa que as empresas americanas investem ou iniciam parcerias lá", explica.
"Os Estados Unidos ainda são o número um ou o número dois em termos de investimento direto em África, mesmo que agora sejam apenas o sexto maior parceiro comercial, muito atrás da China e da Índia e até da França", lembra o especialista.
Concorrência da UE e da China
Calcula-se que só na África do Sul há 600 empresas norte-americanas, incluindo algumas das maiores empresas dos EUA. Em 2016, os Estados Unidos investiram quase 10 milhões de dólares em ajuda, mais do que instituições da União Europeia (UE), com cerca de 6,3 milhões de dólares.
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Mas a América não está sozinha no mercado africano. O bloco económico da UE é considerado o maior parceiro comercial de África, com um volume de exportações de 827 mil milhões de dólares num período de dez anos.
Outro concorrente de peso são os chineses, que procuram alargar a sua influência em África. A República Popular da China concedeu já a Estados e empresas africanas 143 mil milhões de dólares em empréstimos, entre 2000 e 2017, tornando-se, assim, no maior doador no continente.
Desenvolvimentos positivos
A Agência norte-americana para o Comércio e o Desenvolvimento já anunciou que quer apoiar o setor privado na África sub-saariana, para que não fique tão dependente do desenvolvimento dos Estados Unidos ou da assistência humanitária.
Mas antes de Donald Trump também houve outros desenvolvimentos positivos, como a AGOA - Lei de Crescimento e Oportunidades para África, por exemplo, lembra o politólogo Philipp Gieg."E também houve algumas iniciativas económicas que foram pequenas, mas bem sucedidas. Mas, no geral, nunca houve muito impulso relativamente à política externa de África", destaca.
Sob o lema "Promover uma parceria resiliente e sustentável", a cimeira Estados Unidos-África que decorre até sexta-feira (21.06.), em Maputo, vai discutir estratégias, visões e iniciativas para a promoção de empresas e investimentos. Em destaque a agricultura, a energia, a saúde, as infraestruturas e as finanças.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
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Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
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Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.