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Semana tensa de protestos na Zambézia

13 de dezembro de 2024

Desconhecidos incendiaram posto policial no distrito de Mocuba, na madrugada de sexta-feira, na província moçambicana da Zambézia. Polícia associa o incidente à onda de manifestações no país contra a "fraude eleitoral".

Protestos em Maputo a 21 de outubro de 2024
(Foto de arquivo)Foto: Alfredo Zungia/AFP

A última fase de protestos convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane terminou na quarta-feira (11.12), mas mais de uma centena de pessoas foram hoje protestar junto ao posto policial Samora Machel, num dos bairros da cidade de Mocuba.

A polícia não conseguiu controlar a multidão, segundo o porta-voz do comando provincial na Zambézia, Miguel Caetano. Os manifestantes incendiaram o posto. "Ainda estamos a fazer o levantamento dos prejuízos, para constatarmos o que realmente ficou danificado após essa ação maléfica", relata o porta-voz.

Quatro polícias mortos

Esta tem sido uma semana de muita tensão na região. Os tumultos mais intensos ocorreram no distrito de Luabo, na quarta-feira. Quatro polícias foram mortos.

O chefe de Relações Públicas do comando provincial da polícia na Zambézia diz que, até agora, não há informações sólidas sobre o que aconteceu no Luabo, porque o comandante da polícia está incomunicável desde quinta-feira.

"Estamos a enfrentar dificuldades de comunicação com os dirigentes policiais estacionados naquele distrito. Acreditamos que deve ser por causa da rede", afirma Miguel Caetano.

Arranca nova fase de protestos em Moçambique

01:51

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A DW contactou representantes na Zambézia do Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane nas eleições gerais de 9 de outubro, mas não foi possível obter uma reação sobre os acontecimentos dos últimos dias.

O que dirá o Conselho Constitucional?

Além do distrito de Luabo, houve também protestos tumultuosos no extremo norte da província da Zambézia, em Nampevo, Mocuba e vila de Ile.

A cadeia distrital de Ile foi invadida pelos manifestantes e dezenas de reclusos fugiram.

Tudo está agora nas mãos do Conselho Constitucional, que ainda tem de se pronunciar sobre as denúncias de fraude nas eleições de 9 de outubro. Só três saídas podem travar novas manifestações no país, considera o analista político Lourindo Verde: "Anular as eleições, ordenar a recontagem ou dar a vitória a quem realmente ganhou."

As autoridades policiais na Zambézia alertam, entretanto, que estão em prontidão máxima para responder a qualquer tipo de alteração da ordem nos próximos dias.

RADAR DW: Revolução Mondlane abana Moçambique

49:33

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