Em breves declarações aos jornalistas, no término de uma reunião com as autoridades da Guiné-Bissau, entre as quais o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, o chefe de Estado senegalês notou que as visitas entre os líderes dos países demonstram "a excelência das relações" bilaterais.

"Gostaria de assegurar que o Senegal estará sempre ao lado da Guiné-Bissau nas suas ações de reforço da sua segurança e estabilidade", afirmou Diomaye Faye, naquele que é o primeiro dia da sua visita a Bissau.

Faye foi acolhido esta segunda-feira no aeroporto internacional Osvaldo Vieira por Umaro Sissoco Embaló, na presença de membros do seu Governo, corpo diplomático, líderes tradicionais e um grupo da música tradicional local.

A seguir, e na mesma viatura presidencial, Umaro Sissoco Embaló e Diomaye Faye viajaram para o centro de Bissau, numa distância de oito quilómetros, recebendo acenos de populares e de alunos senegaleses de escolas francesas de Bissau, ao longo da estrada.

"Excelência das relações"

Após um breve encontro no Palácio da Presidência guineense, os dois líderes chefiaram delegações dos respetivos países para um encontro bilateral que durou cerca de três horas, ao que se seguiu uma declaração aos jornalistas.

O Presidente do Senegal afirmou que a sua terceira visita a Bissau, no espaço de um ano, e as "numerosas visitas do Presidente Embaló" ao Senegal, "testemunham a excelência das relações" entre os dois países.

No encontro de hoje, adiantou Diomaye Faye, os dois países discutiram "de forma específica e histórica" sobre a boa vizinhança que deve ser consolidada.

"Gostaria de exprimir a minha satisfação pela rica cooperação em vários domínios entre o Senegal e a Guiné-Bissau, nomeadamente na Defesa e Segurança, educação, formação, saúde, agricultura, pesca, para citar alguns", declarou o Presidente do Senegal.

Bassirou Diomaye Faye felicitou igualmente a reunião realizada em outubro de 2024 entre os chefes da diplomacia da Gâmbia, Guiné-Bissau e Senegal, na qual, entre outros, foram tratadas questões ligadas à segurança fronteiriça, livre circulação, conectividade, agricultura, pesca, comércio e transformação de produtos.

O líder senegalês adiantou que na reunião de hoje abordou com a parte guineense, entre outros, os desafios globais, nomeadamente a instabilidade, o risco da desintegração da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental), a crise do multilateralismo, a crise económica e financeira e as mudanças climáticas.

Em todas estas questões, Diomaye Faye disse existir uma "perfeita convergência de visão" com a Guiné-Bissau.

Visita histórica

Umaro Sissoco Embaló assegurou estar seguro e certo de que "não existe nenhum país que é mais sensível à situação da Guiné-Bissau" do que o Senegal, daí que, sempre que parte do seu país para Dacar, costuma dizer que vai para a sua casa.

O Presidente guineense enalteceu o facto de esta ser a primeira visita de Estado de um Presidente do Senegal à Guiné-Bissau, sublinhando ser, por isso, uma visita histórica de um líder de um país que contribuiu para a luta de libertação da Guiné-Bissau.

O Presidente do Senegal regressa na terça-feira a Dacar, mas antes realiza uma visita a uma fábrica de transformação da castanha de caju, principal produto agrícola e de exportação da Guiné-Bissau.

Bassirou Diomaye Faye foi agraciado por Sissoco Embaló com a medalha Amílcar Cabral, a mais alta distinção do Estado guineense.