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Será uma mulher a próxima presidente da África do Sul?

Julia Hahn | tm
11 de janeiro de 2017

A Liga das mulheres do ANC abriu a corrida à sucessão do atual presidente Zuma e defendeu que a ex-esposa de Jacob Zuma, Nkosazana Dlamini-Zuma, deve ser a futura líder do ANC e candidata à presidência do país em 2019.

Dlamini-Zuma
Nkosazana Dlamini-Zuma.Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Nkosazana Dlamini-Zuma, tem 67 anos e durante o Governo de Mandela foi ministra da Saúde. De 1999 a 2009, no Governo do então presidente Thabo Mbeki, ocupou o cargo de ministra das Relações Exteriores e, em seguida, até 2012, foi ministra do Interior do Governo de Jacob Zuma. A experiência dela pode ser uma vantagem; disse em entrevista à DW África o jornalista e editor associado ao Mail & Guardian, na África do Sul, Phillip Wet.

"Esta é a vantagem que ela tem sobre qualquer outro candidato: é leal ao ANC, tem desempenhado altas posições e importantes cargos ministeriais. É conhecida dentro do próprio partido e no seio da população e não tem sido envolvida nos escândalos políticos recentes, já que ocupa um cargo na União Africana", explicou o jornalista.

Além disso, ter sido esposa de Jacob Zuma não seria um empecilho para a candidatura da mesma, pois, segundo argumenta o jornalista, apesar de ter sido casada com o atual Presidente há 20 anos ela não está fortemente associada a ele. Pelo contrário, "é vista como uma mulher independente e isso pode ser uma vantagem decisiva", acrescentou Wet.

Presidente do ANC e da África do Sul, Jacob Zuma, na cerimónia do 105º aniversário do Congresso Nacional Africano (estádio Orlando, em Soweto).Foto: Reuters/J. Oatway

105º aniversário do ANC

O Congresso Nacional Africano (ANC) comemorou no último domingo (08.01) o seu 105º aniversário com grande pompa no estádio de futebol Orlando, em Soweto, mas mostra-se cada vez mais dividido para escolha do seu candidato à presidência nas próximas eleições, em 2019.

O Presidente do ANC e também da África do Sul, Jacob Zuma, foi ovacionado durante o evento pelos seus seguidores e clamou aos membros do ANC para "serem decisivos e eliminarem a indisciplina bem como a manipulação do processo democrático".

Apesar da presença do atual presidente da África do Sul ter sido celebrada no dia da festa do aniversário do partido pelos seus apoiantes, os escândalos de corrupção contra essa liderança apontam para um cenário de novos candidatos do ANC em 2019.

É neste contexto que a ex-esposa de Jacob Zuma, Nkosazana Dlamini-Zuma, desponta como a principal concorrente dentro do próprio partido. "Ela é uma figura de liderança no ANC", disse a presidente da Liga das Mulheres do ANC, Bathebile Dlamini, no dia anterior ao evento.

Também a Liga da juventude do ANC, a Associação de Veteranos e os ministros de pelo menos três, das nove províncias, apoiaram Dlamini-Zuma.

11.01.17 Zuma - liderança - MP3-Mono

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Popularidade em queda

A popularidade do partido ANC, no poder desde o fim do Apartheid na África do Sul, tem diminuído grandemente com Jacob Zuma. O atual Presidente da África do Sul é acusado de envolvimento em escândalos de corrupção e isso cria dúvidas dentro do partido se o mesmo deveria ser candidato nas próximas eleições presidenciais em 2019, explica o jornalista Phillip Wet.

"O ANC concentrou-se, por muito tempo, na campanha de Jacob Zuma - tanto em eleições nacionais como locais. Mas o partido percebe que um Presidente associado à cleptocracia pode ser um problema. Alguns eleitores já disseram que o partido serve a um autocrata. Retirar Jacob Zuma pode ajudar o partido, porém há mais por fazer", concluiu.

Apesar das expetativas, Nkosazana Dlamini-Zuma ainda não comentou sobre os seus futuros planos. Por hora, ela ainda ocupa o cargo de presidente da comissão da União Africana (UA) e o seu mandato termina este ano.