Serra Leoa: Preparativos para a segunda volta são suspensos
AFP | Reuters | tms
24 de março de 2018
Comissão eleitoral está proibida de continuar a preparar a votação programada para 27 de março. Partido no poder quer que alegações de fraude sejam investigadas antes de avançar o escrutínio.
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Na Serra Leoa, a Justiça ordenou, este sábado (24.03), que a comissão eleitoral suspenda provisoriamente os preparativos para o segundo turno das eleições presidenciais de 27 de março, após a solicitação formal de um advogado ligado ao partido no poder.
A ordem impede que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) trabalhe até "a audiência e a determinação deste tribunal", adiando o assunto até a próxima segunda-feira, véspera da votação. A Justiça espera que o órgão eleitoral dê uma resposta às alegações de fraude, para então poder decidir sobre a realização do escrutínio.
A decisão significa que a comissão não poderá transportar materiais eleitorais nem organizar a votação até que a liminar seja suspensa.
O advogado Ibrahim Sorie Koroma, membro da decisão do Congresso de Todo o Povo (APC, no poder), argumentou na sua solicitação que as alegações de fraude eleitoral devem ser investigadas antes que a votação avance.
O candidato da APC, Samura Kamara, terminou ligeiramente atrás de Julius Maada Bio, do Partido do Povo da Serra Leoa (SLPP) na primeira volta do escrutínio a 7 de março, mas nenhum dos candidatos obteve 55% dos votos necessários para vencer.
O clima de tensão é grande no país antes da segunda volta, com o período eleitoral a ser marcado por alegações de fraudes em alguns distritos, ataques violentos e intimidação contra políticos e seus apoiantes. Apesar das tensões, a votação de 7 de março foi declarada justa e credível por observadores internacionais e nacionais.
Ébola na Serra Leoa
Mais de 1.500 pessoas já foram infectadas no país. Apesar disso, os habitantes tentam não desistir e desafiam juntos o vírus.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
A vida continua
Todos os dias, Sward Dembi (d) vende pimentões na grande feira da capital de Serra Leoa, Freetown. Claro que ela tem medo de se infectar com o ebola no meio da multidão do mercado apertado, afirma a jovem de 19 anos. Mas ela não tem escolha: a família dela depende dessa renda.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Arquitetura contra o ebola
Em todo o país faltam centros de isolamento para tratar os infectados. Mas também faltam equipes e instalações. O arquiteto Kamara deixou seus outros projetos de lado e ajuda na construção de um centro de isolamento para pacientes de ebola em Freetown, que deve começar a funcionar em poucas semanas.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Proteção policial
Ela não quer revelar seu nome, mas os outros a chamam de "Mama G". Para muitos, a policial é quase uma mãe, que dedica seu tempo para as preocupações das pessoas de seu bairro. Há três semanas, ela foi desligada de suas funções para poder acompanhar o funeral de vítimas do ebola. Um trabalho que a ocupa em tempo integral, admite a policial.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Deixar o país não é uma opção
O alemão Ole Hengelbrock, de 28 anos, foi para Freetown há mais de um ano para cuidar de um projeto da organização humanitária Cap Anamur sobre crianças de rua. Hoje, Serra Leoa já virou um segundo lar para ele. Por um tempo, ele até jogou na Primeira Liga de futebol do país. Hengelbrock descarta a possibilidade de voltar para a Alemanha por causa da crise do ebola.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Voluntário
É a primeira vez que Momudo Lambo, de 28 anos, veste uma roupa de proteção. Ele participa de um treinamento para voluntários dispostos a trabalharem nas estações de tratamento de ebola. Um trabalho perigoso, mas, "em tempos difíceis como agora, algo obrigatório".
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Informação
A única coisa capaz de ajudar contra o ebola é o conhecimento sobre o vírus, afirma Usman Rahim Bah. Com seu próprio dinheiro, ele preparou material informativo, que agora distribui de casa em casa.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Sempre em serviço
Stella trabalha como enfermeira há quase 30 anos – e, nesse meio tempo, já viu muita coisa. A atual crise, porém, supera tudo. Quando o primeiro caso de ebola foi anunciado em sua clínica e vários colegas pediram as contas, ela decidiu ficar – e hoje se diz confiante que seu país vencerá a epidemia.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Perigo constante
Desmond Reez lidera uma equipe da Cruz Vermelha. Ele é responsável por seus colegas, que diariamente recolhem corpos de vítimas da doença altamente infecciosa para enterrá-los. "Eu sei que nós somos bem treinados e estamos protegidos", disse o sanitarista. Todos os dias, ele espera que a epidemia finalmente acabe.